Não há vagas! A Santa Casa de Votuporanga não possui mais leitos disponíveis para pacientes em estado grave de infecção por coronavírus. A informação foi antecipada pelo secretário-executivo do Comitê Gestor de Enfrentamento à Covid-19, Chaudes Ferreira Junior, pelas redes sociais e confirmada ontem pelo hospital.
Com um número cada dia maior de novos casos, o problema, dessa vez, porém, não são os respiradores que tanto trouxeram dificuldade no início da pandemia, mas sim a falta de profissionais para atuar na linha de frente de combate ao vírus. Dos 18 leitos reservados para pacientes com a Covid-19, apenas dez estão ativos e todos eles estão ocupados.
“Desde o dia 30/12, a Santa Casa encontra-se com 10 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Covid-19 por falta de médicos para assumir a escala da nossa 2ª UTI exclusiva para tratamento, com mais oito vagas. A Instituição está com edital aberto para a contratação destes profissionais, com ampla divulgação nas redes sociais e veículos de comunicação. Vale ressaltar que este cenário não é exclusivo da Santa Casa de Votuporanga, mas nacional”, disse o hospital, em nota.
E na enfermaria a situação também não é das melhores. A taxa de ocupação da ala de doenças respiratórias já atingiu 80%. O atual cenário volta a obrigar a transferência de pacientes de Votuporanga e das cidades referenciadas para outros hospitais, como o Hospital de Base de Rio Preto, por exemplo. O problema é que o HB também já está chegando ao seu limite. De acordo com o último boletim, a taxa de ocupação da UTI para Covid-19 já chegou a 71% e a da enfermaria supera os 65%.
Alerta
A situação motivou, inclusive, a Santa Casa a divulgar um comunicado reforçando as medidas de proteção contra o coronavírus. De acordo com a infectologista do hospital, Dra. Regina Silvia Chaves de Lima, nos últimos 15 dias houve aumento do número de pacientes e, devido às festas de fim de ano, novos casos são aguardados em todo Estado.
“Temos observado pessoas mais jovens, com faixa etária entre 30 e 50 anos. São casos graves, que precisam de internação, oxigênio e muitos até necessitam de suporte da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e ventilação mecânica”, disse. “Devido ao Natal, Ano Novo, foram feitas mais confraternizações, reuniões em grupo. Por isso, em até 10 dias, são projetadas mais internações”, completou.
Complicações
Já a médica Talitha Tonini de Oliveira, alertou sobre as complicações pós-Covid, que tem atingido tanto pacientes que desenvolveram quadros graves da doença, como quadros leves.
“Na síndrome pós-Covid, o coração pode ser atingido, o cansaço crônico. Isso pode acontecer não apenas naqueles que internaram, mas também em casos leves entre 30 a 60 dias. Ninguém está livre das complicações, por isso os cuidados são tão importantes para que ninguém se contamine”, finalizou.