O mandato de diretor-executivo do conselho administrativo do Banco Mundial vai até outubro. Depois disso, o governo brasileiro precisa renovar a indicação para o cargo, que segue novamente para a aprovação dos demais países do qual o Brasil faz parte. O processo é considerado uma formalidade.
Por ter diploma de economista e ter feito carreira no mercado financeiro, o ex-ministro da educação Abraham Weintraub foi indicado pelo governo brasileiro ao posto de diretor-executivo do Banco Mundial para um grupo de países acionistas do qual o Brasil faz parte junto com Colômbia, Equador, Filipinas, Haiti, Panamá, República Dominicana, Suriname e Trinidad e Tobag.
O salário anual previsto para o cargo é de US$ 258.570, o equivalente a R$ 115,8 mil mensais sem 13 º —cerca de R$ 1,3 milhão por ano. O valor é mais de três vezes o salário de ministro, de R$ 31 mil.
Nunca uma candidatura brasileira foi contestada e, portanto, a expectativa é que a nomeação do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, que chegou ao banco nesta semana, seja aprovada.
Muitos diretores do banco seguem em seus países, como México e Panamá, por conta da pandemia do coronavírus. As atividades estão limitadas em Washington, a cidade está na primeira fase de reabertura até a próxima semana.
O Banco Mundial, com sede em Washington, é uma instituição afeta à exposição pública e polêmicas de qualquer espécie, ainda mais nas redes sociais, onde Weintraub se mostrou muito ativo.
O Brasil já foi representado no organismo por Pedro Malan, Murilo Portugal e Otaviano Canuto, conhecidos pela discrição e diplomacia no trato privado e social.
Economista formado pela USP, Weintraub fez carreira no Banco Vototantim (hoje BV). Ele ingressou como estagiário no grupo em 1994, mesmo ano em que se graduou, e permaneceu na companhia por quase 18 anos, até 2012.
No grupo Votorantim, chegou a ser economista-chefe do banco e diretor-executivo da Votorantim Corretora no Brasil e da Votorantim Securities no Estados Unidos e na Inglaterra.
Em seu currículo, Weintraub afirma ter sido diretor da corretora de março de 2004 até sua saída, em maio de 2012.
Segundo ex-colegas e amigos, Weintraub foi homem de confiança de então presidente do banco Wilson Masao, que o nomeou como diretor da corretora.