Que corrida, senhoras e senhores! Ultrapassagens, toques, estratégias distintas, sorte, azar, enfim. Todos os ingredientes que fazem da F1 este esporte sensacional foram exibidos pelos 22 pilotos no GP da China de F1. Neste domingo (17), Xangai foi palco de um sem número de bons embates e presenciou a confirmação de que o momento hoje é de Nico Rosberg.
Com muita competência e uma sorte gigante, o alemão foi beneficiado logo na largada pelo toque entre as Ferrari de Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen, enquanto Lewis Hamilton, após ter largado em último, ter se envolvido num incidente com Felipe Nasr. Mesmo tendo largado mal e caído para segundo, Rosberg recuperou a liderança depois de ver o pneu traseiro esquerdo de Daniel Ricciardo explodir. Aí, foi só manter o belo ritmo do Mercedes W07, partir para o abraço e vencer a terceira corrida do ano, a sexta consecutiva.
Com o triunfo em Xangai, Rosberg chegou aos 75 pontos e, de quebra, atingiu uma marca histórica. As 17 vitórias colocam Nico como o maior vencedor não-campeão do mundo da história da F1, superando o lendário Stirling Moss.
Saiba como foi o GP da China de F1
Uma largada muito louca! Foi assim que começou o GP da China de F1. Quem esperava ver Rosberg abrindo vantagem na ponta logo no início talvez não tenha se surpreendido com mais um começo ruim da Mercedes. Ricciardo fez uma baita largada e assumiu a ponta, com Rosberg em segundo lugar e Kvyat surpeendendo em terceiro.
Mas mesmo em segundo, Rosberg seguia brindado pela sorte. Pouco mais atrás, Räikkönen e Vettel, com o maior dano ficando para o finlandês, que teve de entrar nos boxes para trocar a asa dianteira. Vettel reclamou da manobra de Kvyat na largada e disse que não conseguiu evitar o toque no seu companheiro de Ferrari, caindo para nono lugar. E Hamilton também se atrapalhou na largada e teve sua asa dianteira danificada após ter tocado na Sauber de Felipe Nasr, também tendo de entrar nos boxes depois de ter largado em último.
Destaque para os dois carros da Force India, que pularam para logo atrás de Kvyat na largada, com Checo Pérez sendo seguido por Hülkenberg.
No fim da terceira volta, Ricciardo vinha na frente quando o pneu (supermacio) traseiro esquerdo simplesmente estourou, levando o australiano a entrar imediatamente nos boxes. Assim, Rosberg, com pneus macios, assumia a liderança da prova, seguido por Kvyat. Definitivamente, a sorte estava ao lado do alemão não só em Xangai, mas desde o começo da temporada.
Aí, a direção de prova acionou o safety-car para remover a asa dianteira do carro de Hamilton e limpar os detritos deixados por Ricciardo no fim da grade reta de Xangai. Começava então uma grande movimentação nos boxes, com a maioria dos pilotos que largou com os supermacios fazendo a troca para os macios. Neste momento, Vettel ultrpassou dois carros na entrada do pit-lane, o que é proibido sob bandeira amarela.
No jogo das estratégias, ganhou posições quem ficou na pista e não parou para trocar pneus. Assim, Rosberg era o líder, seguido por Felipe Massa, Fernando Alonso e o surpreendente Pascal Wehrlein, da Manor, em quarto, quando a relargada foi dada na volta nove. Com a bandeira verde, Kvyat, que era o quinto, abriu caminho e conseguiu ultrapassar Wehrlein e, pouco depois, Alonso. O início do GP da China era empolgante demais.
A luta era intensa em vários pelotões da corrida. A batalha entre Gutiérrez, Pérez, Bottas e Vettel era muito boa. O mexicano da Force India levava a melhor e subia para um grande quinto lugar. Na frente, Kvyat mostrava que a Red Bull está numa fase bem melhor do que a Williams e fazia a ultrapassagem sobre Massa no fim da grande reta no desfecho da volta 12. Alonso vinha muito bem, em quarto.
Mas na volta 14, dpois de passar Pérez, Vettel vinha para cima de Alonso usando pneus supermacios. O bicampeão, com pneus macios, não ofereceu resistência e foi ultrapassado. Fernando ficava na alça de mira de Pérez, que vinha numa boa campanha com a Force India. E, de qualquer forma, era grande o trabalho da McLaren na China.
Os comissários de prova absolveram Vettel pelas ultrapassagens no pit-stop, mas puniram Nico Hülkenberg, que estava à frente no pelotão, por guiar de forma “desnecessariamente lenta” na entrada do pit-lane. Assim, o tetracampeão continuava bem, em terceiro, só atrás de Rosberg, que sobrava na frente e fazia 1min40s868, então melhor volta, com os pneus macios, e Kvyat, que fazia belíssima prova em Xangai. Massa, após um excelente pit-stop da Williams, vinha em sexto, atrás de Button, quarto, e Pérez.
Hamilton buscava recuperar terreno e vinha em 11º, pressionando um apagado Kimi Räikkönen na volta 25. Rosberg, por sua vez, seguia num ritmo soberbo e abria 20s de frente para Kvyat. E, de quebra, ainda voltava a fazer volta mais rápida: 1min40s823 com os macios.
Rosberg continuava soberano na corrida e liderava à frente de Vettel, que conseguia superar Kvyat. Por sua vez, Massa fazia belíssima corrida e, desta vez, contava com uma boa estratégia por parte da Williams. Com ótimo ritmo, o brasileiro vinha em quarto lugar, levando a melhor diante de um pelotão que tinha também Valtteri Bottas e Sergio Pérez.
Mas a partir da volta 40, Felipe passava a contar com a fortíssima pressão de um aguerrido Hamilton, que vinha muito forte depois de ter feito nada menos do que cinco paradas. Mas Lewis também tinha Ricciardo em seu encalço. Todos os três vinham com pneus macios. De qualquer forma, a luta pelo quarto lugar era muito boa, como a corrida em si.
Na volta 43, Ricciardo colocou por dentro no grampo e consolidou seu grande ritmo com bela ultrapassagem em cima de Hamilton. No mesmo setor, na volta seguinte, foi a vez de o australiano passar Massa e avançar na corrida. Em que pese o furo no pneu no começo da corrida, era uma jornada brilhante do piloto da Red Bull.
A prova era tão empolgante que Massa segurava Hamilton no braço depois de o britânico vir alucinado tentar a ultrapassagem. Felipe não só defendeu bem sua posição, como deixou Lewis na alça de mira de Räikkönen, que vinha atrás e conseguia superar o piloto da Mercedes numa grande manobra. Em seguida, Kimi fez a ultrapassagem sobre o brasileiro que, diga-se, fazia excelente corrida.
Ao fim de 56 voltas de muita emoção e uma grandiosa prova, Rosberg confirmou o favoritismo e venceu o GP da China. Vettel, depois de perder muitas posições com o incidente na largada, se recuperou bem e ganhou o segundo lugar, enquanto Kvyat e Ricciardo coroaram a grande campanha da Red Bull e terminaram em terceiro e quarto, respectivamente. Räikkönen ainda se recuperou bem para fechar o top-5 da disputa.