O Ministério Público Federal (MPF) está na expectativa de que o julgamento do caso envolvendo o ex-jogador Robinho seja concluído ainda nesta quarta-feira (20) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Além disso, há indícios de que um mandado de prisão possa ser emitido, caso o tribunal reconheça a decisão da Justiça italiana que sentenciou o ex-atleta a nove anos de prisão por estupro coletivo.
Apesar de enfatizarem a importância da prudência, procuradores ouvidos sob reserva não acreditam que haverá um pedido de vista diante da significativa repercussão do caso, conforme o colunista Lauro Jardim, do Globo. A tendência é que o relator, ministro Francisco Falcão, vote a favor da homologação da sentença e seja seguido pela maioria dos 15 ministros da Corte Especial.
Um dos procuradores ressalta que o julgamento de Robinho ocorre logo após Daniel Alves também ter sido condenado por estupro na Espanha, intensificando a pressão sobre o Brasil. No parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), foi defendido que o ex-atacante cumpra sua pena no país. Segundo o subprocurador-geral Carlos Frederico Santos, a transferência da execução da pena para o Brasil respeita a proibição de extradição de brasileiros natos, ao mesmo tempo em que fortalece o compromisso de cooperação jurídica estabelecido com a Itália.
A defesa do ex-jogador busca, ao menos, adiar o desfecho do julgamento e baseia-se em um decreto de 1993 referente à cooperação entre Brasil e Itália. Os advogados de Robinho também argumentam que a pena não pode ser simplesmente homologada e executada. Contudo, especialistas na área discordam e consideram que todos os requisitos necessários estão presentes.
