domingo, 10 de novembro de 2024
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Rio de drogas

A recente invasão de tropas militares no complexo de favelas do Alemão no Rio de Janeiro tem dominado as pautas das grandes redes de comunicação. Assistimos atônitos e vibrantes a…

A recente invasão de tropas militares no complexo de favelas do Alemão no Rio de Janeiro tem dominado as pautas das grandes redes de comunicação. Assistimos atônitos e vibrantes a vitória do estado contra o tráfico e os bandidos que até então dominava o território. É louvável a atitude do governo em agir de forma rigorosa contra o tráfico. Parece contraditório, porém, falar em pacificar um território com tanques de guerra e corporações de soldados, mas se é para resolver é válido. A situação tomou proporções catastróficas a ponto de ter entrado no morro, armamento de guerra como bazuca que tem poder para derrubar aviões.

Toda estratégia e o aparato desenvolvido nesta operação têm sido alardeados como grande triunfo do estado contra o crime, mas os grandes chefões do tráfico não foram presos e o que na prática podem continuar agindo e se organizando em outras áreas.

O que está sendo destacada é a grande apreensão de drogas e armas. Mas imaginar que o problema esteja solucionado é utopia. São necessárias ações concretas para diminuir a escalada e a entrada de drogas no país. O que não vejo falar ou ser abordado é como os viciados sobreviverão sem as drogas. Não que isto seja uma preocupação humanista ou protetora. Por que eu acredito que enquanto houver viciados haverá quem forneça a droga. Se existem os traficantes é porque existe quem consome a droga.

A discussão pode ser muita mais ampla. Porque a dependência química tem aumentado? Porque mais pessoas se drogam? O que estão buscando com as drogas? Seriam apenas sensações? Estas e outras tantas perguntas podem ser respondidas num debate mais abrangente que passa com certeza pelas mudanças de comportamento social, valores e conceitos. O que era bom algum tempo atrás, já não serve para hoje. Tudo bem, a vida é dinâmica e precisa sim de mudanças, mas a questão é que para muitos, a vida está se tornando fútil e sem sentido. A alternativa é fugir. Fugir de si mesmo, fugir de responsabilidades, esquecer frustrações, ou deixar para depois as soluções reais dos problemas e enquanto isso as drogas preenchem o vazio.

Somos o tempo todo alvejado pelas estratégias de marketing, que vendem costume, força e não produtos. Querem nos fazer entender que a vida só é boa se formos irresponsáveis e vivermos o prazer a qualquer custo sem medir as conseqüências.

A mudança no pensamento coletivo está alterando relacionamentos e famílias. E as perguntas permanecem. Como resolver? O que estaria faltando? Como agir diante de tudo isso? É claro que não temos respostas exatas, mas é hora de ter outro olhar para tudo isto, e enxergar soluções em Deus.

O morro do alemão está por enquanto dominado pelos policiais, mas a nossa preocupação é que as drogas não dominem nossas famílias

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