Os dois gols que garantiram a vitória da Seleção Brasileira diante da Sérvia em sua estreia na Copa do Catar colocaram o nome de Richarlison em destaque no mundo todo. No entanto, o atacante tem feito “golaços” ainda mais bonitos fora das quatro linhas. Engajado em diversas causas sociais, ele revelou doar 10% do salário que recebe no Tottenham, da Inglaterra, para uma casa de apoio em Barretos.
Trata-se do Instituto Padre Roberto Lettieri, que abriga crianças e adultos que fazem tratamento contra o câncer no Hospital de Amor, em Barretos, mas que não tem condições de se abrigar na cidade. “O Richarlison contribui para que isso seja possível. O que ele disponibiliza corresponde à cerca de 20% do custo mensal da casa, e somos muito gratos a ele e aos demais doadores por isso”, disse Joaquina Lima, uma das monitoras do local.
“Abrigamos, em média, 35 pessoas em tratamento oncológico no Hospital de Amor de Barretos. A instituição tem quartos com TV, ar-condicionado e banheiros. Fornecemos todas as refeições, transporte para os pacientes irem fazer os tratamentos, brinquedoteca, capela e muito mais”, explica Joaquina.
A relação do camisa 9 da Seleção com o projeto começou depois que uma amiga, Geovana, a quem ele considera uma “segunda mãe”, começou a fazer o tratamento no hospital da cidade. “Ela se tratou no Hospital de Amor, em Barretos, que é referência no tratamento do câncer no Brasil e atende pacientes do SUS. Como retribuição, desde aquela época, decidi apoiar o Instituto Padre Roberto Lettieri, que recebe crianças que estão em tratamento no Hospital de Amor e seus acompanhantes, já que muita gente chega de longe para fazer tratamento e nem sempre tem condições de se manter na cidade”, disse o atacante em entrevista à ESPN.
A monitora Joaquina Lima contou que todos no instituto torceram e vibraram muito com os gols de Richarlison e a vitória do Brasil sobre a Sérvia na estreia da Seleção no Mundial, e revelou que aguardam uma visita do craque, se possível, com a medalha de campeão da Copa do Mundo.
Outras causas
O atacante, de apenas 25 anos, já tem um longo histórico de apoio a diversas causas sociais. Em 2020, por exemplo, protestou contra o racismo após as mortes de George Floyd, nos EUA, e do menino João Pedro, de 14 anos, em operações policiais. Além disso, durante o auge da pandemia do coronavírus, Richarlison fez uma doação de 500 cestas básicas para moradores de bairros carentes de Nova Venécia, no Espírito Santo, cidade natal do jogador.
Ainda durante a pandemia, ele fez apelos aos brasileiros para incentivar a vacinação contra a Covid-19, e se tornou o primeiro embaixador do programa USP Vida, da Universidade de São Paulo, que tem como objetivo realizar pesquisas e ações no combate à doença.
Incentivador da educação, Richarlison também contribuiu com R$ 50 mil para uma campanha de estudantes do Instituto Federal do Espírito Santo, em 2019, para que eles pudessem participar da Olimpíada Internacional de Matemática em Taiwan, na Ásia. (Colaborou Sergio Torqueti)