Um trecho da BR-158, conhecido como ramal, na entrada de Aparecida do Taboado, a 481 quilômetros de Campo Grande, na divisa com São Paulo, é tomado por buracos em toda extensão, que chega a aproximadamente 10 quilômetros. O asfalto precário é motivo de acidentes, segundo condutores, e revolta quem passa pelo local.
Indignada com a situação da rodovia, por onde caminhões carregados escoam parte da produção agrícola, uma professora de Aparecida do Taboado registrou a dificuldade de percorrer o trecho em meio à valas que se formam na pista. O vídeo foi postado no Facebook e ganhou repercussão. Além dos inúmeros comentários, foram mais de 250 compartilhamentos.
A professora traduz o trecho como rodovia dos “60 mil buracos”, em alusão à música 60 dias apaixonado, considerada um hino da cidade. No vídeo, é possível ver que não há acostamento e em algumas partes é preciso invadir a pista contrária para fugir dos buracos. Por todo trajeto, o veículo, de onde a professora filma a estrada, cruza com vários caminhões de carga pesada, além de carros de passeio.
“É uma estrada muito movimentada e está abandonada. A maioria dos moradores de Aparecida passam por esse trecho para ir até Santa Fé do Sul, em São Paulo, para fazer compras ou ir ao médico”, relatou Marley Morelli, 46 anos.
Segundo ela, a indignação é tanta que ela pensou em fazer o vídeo para chamar a atenção, mas não imaginava que tanta pessoas compartilhassem a postagem. “A situação está péssima e fiz o vídeo para que as autoridades vejam que nós não somos bobos. Mas não imaginava que teria tanta repercussão”, disse Marley.
O local deveria ser um anel viário de responsabilidade federal, uma continuação da BR-158, conforme informou a assessoria de imprensa da PRE (Polícia Rodoviária Estadual), mas a obra não foi concluída pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte).
Ainda segundo a assessoria de comunicação, com o abandono da obra, os incidentes registrados neste trecho não são atendidos pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), responsável pelas rodovias federais que cortam Mato Grosso do Sul. Em caso de acidentes, a PRE atende e registra a ocorrência como sinistro da MS-316.
Entre os diversos comentários feitos na postagem, um deles diz que o trecho se trata da “entrada do velho oeste”. A maioria dos internautas também fala do descaso e ainda dizem da vergonha em morar na cidade. A reportagem entrou em contato com o Dnit, mas até o fechamento da matéria ainda não havia resposta. (Jornal do Bolsão)