Está no Tribunal de Justiça de São Paulo, um pedido de revisão criminal contra um acórdão que culminou com a condenação de policiais militares de Fernandópolis.
Eles foram acusados de torturar o motorista Clodoaldo Borges, no final da década de 90 para confessar o crime da sobrinha Leandra Borges.
Pelo crime de tortura, governo do estado depositou na conta dele uma indenização de R$ 10 mil. Há 15 anos ele foi torturado por cinco policiais para confessar um crime que até hoje continua sem solução: a morte da estudante Leandra Borges, em abril de 1997, no antigo zoológico do Jardim Paraíso, periferia da cidade.
Tio da menina, Borges foi levado pelos PMs Mauro Luiz de Oliveira, Wilton César da Silva, Cleber Ribeiro da Silva, Natalino Leonardo Ferreira e Laerte Baldi a um córrego da cidade onde teria sido ameaçado até confessar o assassinato.
Á época, responsável pelo caso, que ficou conhecido como “crime da mata”, delegado Diomar Pedro Durval, sustentou que nunca houve qualquer indício contra ele.
Os policiais foram condenados por tortura e expulsos da PM em ação promovida pelo promotor Marinaldo Basílio Ferreira, hoje lotado na região de Araçatuba.
O advogado do motorista, Antonio Gilberto Dias, disse que ele também teria o direito de recorrer para receber mais dinheiro, mas preferiu encerrar o caso. “Tudo isso atrapalhou sua vida profissional e pessoal. Ele, agora, só quer esquecer”, disse.
Borges, que não mora mais em Fernandópolis, possivelmente está na Bahia.
O inquérito sobre a morte de Leandra acabou arquivado um ano após a jovem ser encontrada morta e em estado de decomposição na mata, três dias depois de desaparecer de casa. O crime prescreverá em 2017. Depois disso, o assassino estará livre de punições pela morte da jovem.