A representante oficial do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da Organização das Nações Unidas (ONU), Michele Billant-Fedoroff, afirmou que o Brasil tem tido progresso na erradicação da fome e da pobreza, mas precisa melhorar em outras áreas, com destaque para a educação.
Billant-Fedoroff avalia que o país pode reduzir pela metade o número de pessoas que vivem com menos de US$ 1 por dia até 2015, devido a esforços individuais, da sociedade civil e do governo.
A representante da ONU disse que entre 1995 e 2001 o salário médio dos trabalhadores cresceu 27%, na comparação com o período de 1991 a 1994, e o salário mínimo teve aumento de 60%, entre 1994 e 2001, levando 12 milhões de brasileiros a romper a linha da pobreza. “A redução da pobreza se reflete no aumento do consumo de alimentos e outros produtos, e a expectativa de vida aumentou”, afirmou.
Entretanto, enfatizou que é necessário reduzir desigualdades. “A mais importante área para reduzir a desigualdade no Brasil é a educação”, afirmou. Para ela, o acesso à educação de qualidade deve ser um direito de todas as regiões brasileiras.
Ao comentar o Plano para Desenvolvimento da Educação, apresentado na semana passada pelo ministro Fernando Haddad, ela enfatizou a necessidade de fazer o acompanhamento dos jovens, de modo que concluam o ensino médio. Segundo ela, muitos jovens não conseguem concluir essa atapa e com isso têm dificuldade de acesso ao mercado de trabalho.
A representante da ONU disse ainda que o Brasil também precisa melhorar o acesso à alimentação. Ele lembrou que 6% das crianças com menos de 5 anos estão abaixo do peso. “O problema não é fala de comida, mas o acesso desigual entre a população”, enfatizou. Michele Billant-Fedoroff veio ao Brasil para participar da 1ª Feira de Inovações Sociedade Solidária, realizada no Parlatório Mundial (Parlamundi), da Legião da Boa Vontade (LBV).