Cara de paisagem
Diante da expectativa generalizada da comunidade católica de Rio Preto em relação ao que aconteceria após o vazamento de vídeo do bispo Dom Tomé Ferreira nu, se acariciando, e dialogando com outro adulto do outro lado da tela, a segunda-feira (16) foi como as demais dentro do bispado: pouca movimentação de gente alheia ao local e o pivô do escândalo mantendo normalmente sua agenda de atividades nas redes sociais, onde se mostrou mais interessado nas bombas e dramas do Afeganistão.
Renúncia
A convicção entre lideranças da igreja (padres e leigos), no entanto, é de que dom Tomé renuncie ao cargo, o que é visto como a melhor opção para ele no momento. Com 60 anos, recém-completados, o bispo, se renunciar, preserva salário e título, segundo as regras da Igreja Católica.
Só o papa demite
Caso dom Tomé decida pagar para ver até onde vão as consequências do vazamento do vídeo, ele pode se tornar alvo de um processo de investigação no Vaticano. Isso porque, somente o papa tem a prerrogativa de decidir pela demissão de um bispo. Procurados pelo DLNews, a CNBB e setores de hierarquia da Igreja, como a Curia de Ribeirão Preto (à qual Rio Preto pertence) e a Arquidiocese de São Paulo evitaram se manifestar sobre o assunto. A CNBB disse que somente a Diocese de Rio Preto pode se pronunciar sobre o tema.
“Oremossssss”
Fora da Igreja, entre os fiéis e lideranças não-padres, a repercussão foi intensa, mas sempre com pedidos para que os nomes não fossem citados. É unânime entre os diferentes grupos que integram a igreja e representantes de que é inevitável a saída de dom Tomé do cargo. Um dos poucos a se manifestar publicamente foi Fabrício Dourado, líder da Renovação Carismática e responsável pelo Beraká, evento que atrai dezenas de milhares de católicos. Ele fez o seguinte comentário em postagem de uma pessoa no Facebook: “Espero que a IGREJA o afaste da “função” e o ajude no tratamento como todos nós fazemos quando estamos “doentes”.