Uma pesquisa realizada pelo Ipespe revelou que a religião dos candidatos é um fator relevante para um terço dos eleitores brasileiros na escolha de seu voto nas eleições de outubro. O estudo aponta que 23% dos entrevistados consideram a fé do candidato como “importante”, enquanto 13% a classificam como “muito importante”.
O levantamento destaca que a comunidade evangélica é o grupo que mais valoriza a religião dos candidatos. Dentro desse segmento, 43% dos eleitores avaliam a fé dos políticos como um fator significativo para a decisão do voto.
Entre os evangélicos, a exigência de compatibilidade religiosa com os candidatos é ainda mais evidente. Enquanto 70% deste grupo afirma ser indiferente à religião do candidato, 28% preferem que o político siga a mesma fé que eles.
O cientista político Antonio Lavareda, presidente do conselho científico do Ipespe, comentou sobre o peso do voto religioso: “Esses fiéis têm uma relação mais orgânica com a igreja, participando mais das atividades e sendo influenciados pelos pastores.”
As campanhas políticas têm reconhecido a importância das igrejas no cenário eleitoral. Em São Paulo, por exemplo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) participou da inauguração de um novo templo da Assembleia de Deus, demonstrando a relevância desse público.
O estudo também indica que a maioria dos eleitores prefere candidatos com experiência política, sendo que 25% exigem que o postulante tenha sido prefeito anteriormente, e 39% aceitam candidatos que tenham exercido outro cargo político.
Por fim, a pesquisa da Febraban, realizada entre 4 e 10 de julho com 3 mil eleitores, mostra que 41% dos entrevistados valorizam mais as propostas dos candidatos do que suas alianças políticas.