A região de Rio Preto registrou 55 mortes em acidentes nas estradas no primeiro bimestre deste ano. É o maior número registrado para o período desde 2015, quando foi lançado o Infosiga, banco de dados com informações de acidentes de trânsito do Estado de São Paulo. Uma das causas apontadas é a retomada do alto fluxo de veículos, que esteve reduzido durante a pandemia do coronavírus. As estatísticas do Infosiga são feitas com base nas informações enviadas pelas polícias Civil, Militar e rodoviárias estadual e federal da região.
O aumento de mortes foi de 77%, no primeiro bimestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano passado. Parte dos acidentes do primeiro bimestre foi registrada nos 132 km de extensão da BR-153 que passam pela região de Rio Preto. Porta-voz da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o inspetor Flávio Catarucci afirma que o aumento das mortes pode ser em decorrência do aumento do fluxo de veículos.
“Durante os dois anos de alta da pandemia do coronavírus, caiu a quantidade de veículos que trafegavam na pista, porque tinham medidas de restrição de circulação. Quando isso acabou, voltou o fluxo de veículos e infelizmente voltaram os acidentes”, diz o inspetor.
Segundo os policiais rodoviários, as maiores causas de acidentes são excesso de velocidade, ultrapassagem em trechos proibidos e outros atos de imprudência no volante. “Por mais que a gente faça fiscalização e orientação, boa parte da responsabilidade por uma viagem é do condutor do veículo, que deve seguir as regras para trafegar com segurança”, diz o inspetor.
Professor de Engenharia de Trânsito da USP de São Carlos, José Felex acredita que parte dos acidentes possa ter sido causada por consumo de bebida alcoólica pelos motoristas. “Durante a alta de casos da pandemia, os policiais rodoviários usaram menos o bafômetro, devido ao risco de pegar coronavírus do motorista abordado. O motorista com má intenção percebeu esse relaxamento na fiscalização e passou a abusar”, diz o especialista.
Felex também afirma que após passarem pela alta de casos da pandemia, os motoristas têm ficado mais agressivos no trânsito. “Sabemos que a pandemia influenciou muito o psicológico das pessoas. Com a retomada das atividades, os motoristas manifestam impaciência e irritação no volante”, opina.
Para o motorista Clementino Neto, que trabalha no atendimento de clientes na região, boa parte da culpa está mesmo nos condutores de veículos. “As estradas estão mais inseguras por causa do motorista imprudente. Ainda bem que Deus me guarda”, diz o profissional.
Para o caminhoneiro Paulo Silva, há fatores como condição de conservação do veículo e estado do asfalto da pista. “Precisa ver como estão os pneus, os freios, amortecedor, barra da direção e o asfalto, que se tiver irregular, com muito buraco, podem fazer a gente perder a direção”, diz o caminhoneiro.
DADOS
Mortes na região de Rio Preto no primeiro bimestre:
2015: 53
2016: 46
2017: 35
2018: 43
2019: 54
2020: 26
2021: 31
2022: 55
Mortes em 2022
Faixa etária das vítimas
0 a 17 anos: 1
18 a 29 anos: 10
30 a 39 anos: 13
40 a 49 anos: 14
50 a 59 anos: 8
Acima de 60 anos: 8
Não informado: 1
Sexo das vítimas
Masculino: 76,36%
Feminino: 23,64%
Tipo de veículo
Automóvel: 25
Moto: 16
Pedestre: 6
Caminhão: 4
Bicicleta: 2
Outros ou não disponível: 2
Fonte: Infosiga
Dois morrem nesta segunda
Um acidente entre dois caminhões deixou um morto e outro ferido na rodovia Euclides da Cunha na manhã desta segunda-feira, 21, entre o distrito de Simonsen e Votuporanga. Segundo a Polícia Militar Rodoviária, os dois veículos seguiam no mesmo sentido quando o motorista do caminhão que estava vazio bateu na traseira de outro veículo carregado com madeira. A polícia não informou a idade nem o nomes dos envolvidos.
O condutor do caminhão que bateu na traseira do outro veículo chegou a ser socorrido pelo Samu e uma viatura do Corpo de Bombeiros, mas não resistiu e morreu no local. O outro condutor foi encaminhado para a Santa Casa de Votuporanga.
Outro acidente
O delegado Marcos Roberto Alves da Costa, 58 anos, morreu em um acidente na manhã de segunda próximo a Vicentinópolis, distrito de Santo Antônio do Aracanguá. Costa atuava na Central de Polícia Judiciária de Araçatuba e estava a caminho de Gastão Vidigal em uma viatura descaracterizada, quando despencou com o veículo de cima da ponte e caiu em um córrego.
A Associação Paulista de Delegados do Estado de São Paulo, emitiu uma nota de pesar sobre a morte do delegado. (Colaborou Guilherme Ramos)