Cidades da região noroeste paulista fecharam o ano de 2023 com quase 500 casos positivos e três mortes pelo vírus Chikungunya, transmitido pelo mosquito Aedes albopictus (mesmos mosquitos que transmitem a dengue e a febre amarela, respectivamente). Só agora em 2024 já são 193 casos confirmados e duas mortes estão em investigação.
Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, atualizados até a última quarta-feira, (24/01), o município de Icém foi o que mais sofreu com o grande número de casos e uma epidemia pela doença, no ano passado. No total foram 317 casos confirmados e infelizmente duas mortes. Em seguida vem São José do Rio Preto com 111 casos.
A terceira morte pelo vírus foi registrada em Mirassol, que contabilizou dois casos da doença.
Já agora em 2024, estes números continuam em alta, com um total de 193 confirmações e duas mortes em investigação. Rio Preto está em primeiro lugar com 96 casos registrados e depois vem Icém com 82 casos e uma morte em investigação. A segunda morte pela doença está sendo investigada em Cedral, que registrou apenas este caso da doença, até agora.
A chikungunya é uma doença causada por um vírus, chamado CHIKV, com um conjunto de sintomas que é bastante similar ao da dengue. A transmissão da chikungunya, inclusive, é por meio do mesmo mosquito, o Aedes aegypti, nos ambientes urbanos. No meio rural, é o mosquito Aedes albopictus que faz essa transmissão.
A doença pode ser chamada de febre chikungunya e, uma vez que a pessoa é picada por um mosquito infectado com o vírus, ela pode levar de quatro a sete dias para desenvolver os sintomas da doença. Uma vez que a pessoa teve chikungunya, não apresentará novamente a doença em sua vida, porque terá desenvolvido resistência ao vírus.
De onde vem o nome “chikungunya”?
Chikungunya é um nome de origem africana, que significa “aqueles que se dobram”, em swahili, idioma da Tanzânia, um país localizado no leste da África.
O termo foi cunhado pela primeira vez na década de 50, quando a primeira epidemia de chikungunya foi registrada.
Como é a transmissão do chikungunya?
A transmissão do chikungunya muda, dependendo do meio em que o paciente se encontra.
Pacientes que estão em cidades grandes ou ambientes urbanos acabam se infectando com o chikungunya por meio da picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo mosquito capaz de transmitir a dengue.
Em ambientes rurais, como matas e florestas, pessoas podem se contaminar por conta da picada do mosquito Aedes albopictus.
Quais são os sintomas de chikungunya?
Entre os sintomas apresentados por um paciente infectado por chikungunya, podemos destacar:
– febre alta (acima dos 39° C) de começo súbito;
– dor intensa nas juntas, geralmente em ambos os lados do corpo;
– pele e olhos avermelhados e irritados;
– erupções na pele que coçam;
– conjuntivite;
– dor no corpo;
– dor de cabeça;
– náuseas e vômitos.
O principal sintoma de chikungunya é a dor muito intensa nas articulações. O paciente pode continuar sentindo essa dor por meses e até anos após superar a doença.
O indivíduo também pode apresentar dificuldade para movimentar os membros e articulações por conta das dores. Essa é apontada como uma das sequelas do chikungunya. Os outros sintomas podem durar até 14 dias.
Como diferenciar a dengue e o chikungunya?
A principal forma de diferenciar dengue e chikungunya é por meio da observação dos sintomas.
Na dengue, os pacientes apresentam muitas dores no corpo, que estão generalizadas e espalhadas por todos os pontos.
No chikungunya, por sua vez, a dor é concentrada nas articulações e dobras do corpo, sendo que esses pontos podem, inclusive, ficar bastante inchados, causando uma dificuldade de movimentação.
Alguns exames laboratoriais podem ser feitos para confirmar a origem da doença.