Um relatório inédito da Polícia Militar Ambiental revela que a região de São José do Rio Preto possui a segunda maior concentração de atividades de tráfico de animais silvestres do Estado, perdendo apenas para a região da Grande São Paulo.
Dos 25.111 animais apreendidos em 2005, metade passou por essas duas regiões que são as mais populosas do Estado. O número é 6,7% maior que o registrado no ano de 2004.
De 2001 a 2005 foram apreendidos 28.197 animais na região de Rio Preto, enquanto na Grande São Paulo foram registradas 51.245 apreensões. Na região de Birigui foram registradas 10.225 apreensões, e na região do Litoral 13.731.
O relatório aponta a grande população e a proximidade com Estados onde o tráfico de animais silvestres é intenso como os principais motivos da concentração do crime na nossa região.
As espécies mais almejadas são as aves, em especial os passeriformes, que representam pelo menos 98 % das apreensões, seguidos dos répteis e mamíferos.
Além de possuir preço menor no mercado negro em relação aos demais animais, os pássaros podem ser transportados em locais pequenos, o que dificulta a fiscalização da Polícia Ambiental.
A maior vítima dos traficantes é o Sicalis flaveola, o popular canário-da-terra, que representa 20,6% dos animais apreendidos.
O 1º tenente Alcides José Tonin, chefe da secção de comunicação social do 4º Batalhão de Policial Ambiental de São José do Rio Preto, explicou que a procura por esse pássaro é grande na nossa região.
“É um animal de canto agradável e por isso muitas pessoas gostam de tê-lo em casa, mas a população precisa se conscientizar de que não é permitido manter o animal silvestre em cativeiro, isso é crime ambiental”, disse.
Para tentar mudar essa situação, a Policial Ambiental de Rio Preto realiza desde 1997 o projeto Beija-Flor, onde os policiais usam filmes, folhetos, músicas e certificados e carteirinhas para tentar conscientizar os alunos da 7º série do 1º grau.
O tenente acredita que o projeto ajudou na diminuição de 50% do número de ocorrências registradas nos últimos cinco anos.
Os animais que são apreendidos na região e apresentam boa condição física são soltos imediatamente. Aqueles que precisam de cuidados médicos passam por um período de readaptação no Bosque de Rio Preto e são soltos em seguida.