sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Região lamenta renúncia do papa Bento 16

O sentimento de surpresa que acometeu católicos de todo o mundo, ontem, também atingiu bispos, padres e fiéis da região. Mesmo com sinais da fragilidade física do papa Bento 16,…

O sentimento de surpresa que acometeu católicos de todo o mundo, ontem, também atingiu bispos, padres e fiéis da região.

Mesmo com sinais da fragilidade física do papa Bento 16, a notícia da sua renúncia foi encarada com espanto no primeiro momento e depois exaltada como gesto de coragem, zelo e amor aos fiéis. Joseph Ratzinger, 85 anos, alegou idade avançada como motivo da decisão. Ele anunciou a renúncia em um comunicado sobre três canonizações. “Sendo muito consciente da seriedade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao Ministério de Bispo de Roma, sucessor de São Pedro,” disse. É o quarto papa a abdicar do cargo na história da Igreja; o último foi Gregório 12, em 1415.

“Recebi com total surpresa a notícia, mas todos já sabiam da debilidade física do papa,” disse o bispo de Jales, dom Demétrio Valentini. Segundo ele, a notícia deve influenciar no processo de criação da Diocese de Votuporanga e possível elevação de Rio Preto à Arquidiocese. “Enquanto o novo papa não é escolhido, as nomeações são suspensas,” disse o bispo.

Em um retiro espiritual de Carnaval, no colégio Santo André, promovido pela comunidade Mar a Dentro, católicos mostraram surpresa. “Não esperava por isso. O sentimento é de desamparo, porque Bento 16 é o líder da Igreja. Sei que Deus não nos abandonará,” disse Rafael M. Parsassepe, 20 anos. A renúncia será oficializada em 28 de fevereiro. Segundo o porta-voz do Vaticano, Frederico Lombardi, o ato surpreendeu até os mais próximos. O novo papa será conhecido depois do conclave em março. Bento 16 foi eleito em abril de 2005 para suceder João Paulo 2º.

Pelo Twitter, Dom Tomé Ferreira da Silva, bispo de Rio Preto, escreveu: “Obrigado, Bento 16. Soube chegar, sabe sair. Um nobre que ensina com a vida. No último tempo, renuncia ao ofício e vive a beleza da fragilidade.” O padre Márcio Tadeu Reiberti, porta-voz da Diocese, fala em ato corajoso. “Foi uma demonstração de amor e zelo pela Igreja, já que a idade o impedia de acompanhar o ritmo do mundo.”

Pe. Jarbas Brandini, ex-administrador diocesano, diz que já se comentava a possibilidade de o Papa não comparecer à Jornada Mundial da Juventude em julho, no Rio. Segundo o padre, o maior legado de Bento 16 é a aproximação com outros grupos religiosos. “Ele conquistou a simpatia do povo não-católico, o que colaborou para que o número de católicos aumentasse em todo o mundo. Quem o substituir deve continuar nessa direção.”

O candidato mais forte à sucessão, para d. Demétrio, é um italiano. “O nome de maior peso é o do arcebispo de Milão, cardeal dom Angelo Scola.” Entre os possíveis sucessores, estão cinco brasileiros. “Tempos atrás foi surpreendente a ascensão do d. Odilo Scherer, mas agora não acredito em nenhum brasileiro,” afirma o bispo. Para pe. Jarbas, pode até ser alguém de continentes como a África, Ásia ou América Latina. Para ele, o próximo papa terá o desafio de atualizar a linguagem da Igreja.

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