Autoridades da Alemanha revelaram, nesta quarta-feira (20), que existe uma grande rede de doping em ao menos 10 países. As denúncias envolvem 21 atletas de 5 esportes diferentes. O caso foi desvendado a partir de prisões realizadas durante o Mundial de Esqui Nórdico, na Áustria, em fevereiro.
De acordo com o promotor Kai Graeber, de Munique, trata-se de casos de doping sanguíneo, que define técnicas usadas por atletas e médicos para aumentar a quantidade de hemácias no sangue, com o objetivo de favorecer a oxigenação – o que aumenta a resistência física em atividades aeróbicas.
Graeber revelou que a rede de doping existe desde 2011. Ele acredita que o número de casos pode “alcançar os três dígitos” pelo mundo. Mais casos devem estar espalhados por outros países, ainda não identificados.
O procurador alemão, que está trabalhando em parceria com autoridades austríacas, evitou revelar o nome dos atletas flagrados e também as modalidades. Mas antecipou que três da cinco modalidades são de inverno.
A investigação teve início em fevereiro, quando a polícia austríaca prendeu cinco atletas durante o Mundial de Esqui Nórdico, em Seefeld. Foram os esportistas locais Dominik Baldauf e Max Hauke, os estonianos Karel Tammjaerv e Andreas Veerpalu e o casaque Alexey Poltoranin, além de outras quatro pessoas – sendo dois médicos – que, alegadamente, faziam parte de uma organização sediada na cidade alemã de Erfurt.
Nos dias seguintes, a Federação Internacional de Esqui (FIE, na sigla em inglês) e autoridades antidoping da Áustria suspenderam de forma provisória os cinco atletas que estavam competindo no Mundial.
Além disso, o caso se espalhou também para o ciclismo. Dois austríacos da modalidade, que já disputaram a tradicional Volta da França, também foram suspensos. Um dos médicos detidos, Mark Schmidt, é conhecido por trabalhar com o ciclismo profissional.
De acordo com o procurador alemão, a mais recente prisão aconteceu na cidade alemã de Erfurt, na segunda-feira. O detido é acusado de fazer o serviço de transporte de sangue para os atletas. Segundo Graeber, ele não tem conhecimento técnico e médico para fazer as transfusões, mas “aprendia na prática” como fazer.