Um homem de 19 anos, recrutado por neonazistas quando tinha 13 anos através de jogos online, foi preso preventivamente na manhã desta sexta-feira (17) em Porto Belo, no Litoral Norte catarinense, segundo o delegado Arthur Lopes.
Ele é suspeito, conforme a polícia, de espalhar ódio contra negros e judeus nas redes sociais, onde também fazia apologia ao nazismo. Além disso, o jovem responde pelo crime de stalking, ou perseguição, contra uma adolescente no Paraná.
Conforme a Polícia Civil, a todo momento o suspeito procurava, consumia e divulgava conteúdo de ódio e tinha interesse em ataques terroristas.
Ainda segundo a investigação, ele já tinha sido alvo de mandado de busca e apreensão em agosto do ano passado, quando foram apreendidos na casa dele equipamentos eletrônicos portáteis.
Com o fim das investigações, a polícia entregou o inquérito à 40ª Promotoria de Justiça de Florianópolis, criada especialmente para identificar grupos que apoiam o movimento nazista.
Recrutamento online
O delegado responsável pelo caso, Arthur Lopes, afirmou que o suspeito foi recrutado por neonazistas através de um videogame quando tinha 13 anos. Isso porque os jogos online permitem que os jogadores se comuniquem através de chats.
Segundo o delegado, só meninos são alvo dos neonazistas. Durante os jogos, os recrutadores faziam nos chats piadas racistas, antissemitas, misóginas, homofóbicas.
Dessa forma, os jogadores recrutados são estimulados a elevar a crueldade nos comentários. Assim, cria-se a cultura que, dentro do grupo, são normais comentários de racismo, antissemitismo, misoginia e homofobia.
Mais tarde, os recrutados são convidados a fazerem parte de um jogo de “brincar de ser nazista”, em que os jogadores publicam mensagens de ódio contra minorias nas redes sociais. Quanto mais violento e nojento for o comentário, mais quem o fez é valorizado pelos neonazistas.
Conforme o delegado, não é raro encontrar nos computadores dos recrutados imagens de zoofilia e pedofilia. Também não é raro que os recrutadores sejam pedófilos.
Histórico
O suspeito preso nesta sexta já tinha um histórico criminal de violência na escola, de acordo com o delegado, quando era adolescente. Ele também publicava mensagens racistas e antissemitas há anos.
Ele chegou a agredir uma professora com um soco na boca em sala de aula e não aceitava ser ensinado por um professor negro.