sábado, 16 de novembro de 2024
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Rebelião em conjunto penitenciário chega ao terceiro dia

A rebelião no maior conjunto penitenciário de Pernambuco chegou nesta quarta-feira (21) ao terceiro dia, no Recife. Três mortes já foram registradas. Do telhado, os presos acenam e exibem pedaços…

A rebelião no maior conjunto penitenciário de Pernambuco chegou nesta quarta-feira (21) ao terceiro dia, no Recife. Três mortes já foram registradas.
Do telhado, os presos acenam e exibem pedaços de madeira. No pátio circulam com facões e conversam pelo celular. Os policiais passam perto, mas não interferem na movimentação dos detentos do Conjunto do Curado.
São três presídios separados exclusivamente pelos muros. Ficam no meio de um bairro residencial. Todos estão superlotados, com sete mil presos, onde há 2,1 mil vagas.
No começo do mês, o Jornal Nacional mostrou que os detentos circulavam com facões. Depois da denúncia, a polícia apreendeu centenas de facas, facões e celulares. E o secretário de ressocialização renunciou ao cargo.
Doze dias depois, o início da rebelião. Os presos reclamam da superlotação e pedem agilidade da Justiça – para libertar aqueles que já cumpriram suas penas. Na tarde de segunda-feira, um sargento da guarda foi baleado e morreu. O Batalhão de Choque invadiu o presídio, mas não encontrou a arma de onde partiu o tiro. Um detento morreu na confusão.
Na terça-feira (20), os presos voltaram a se rebelar. E a polícia reagiu novamente. Um preso foi decapitado por outros detentos.
Paralelamente, na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife, os presos subiram ao telhado armados.
O secretário de justiça e direitos humanos do estado, Pedro Eurico, disse que novos presídios estão sendo construídos e que o governo vai contratar 20 advogados para revisar os processos. Ele também afirmou que não vai mais aceitar armas nos presídios.
“Eu via dezenas e dezenas de armas brancas: facões e foices. Eu deixei claro de que nós não vamos conviver com isso”, declarou o secretário.
No início da tarde desta quarta-feira, o juiz da primeira Vara de Execuções Penais esteve no conjunto de presídios e conversou com os presos.
“O diálogo que vamos estabelecer para tentar negociar a finalização desse movimento triste, que escreve uma página muito difícil na história de nosso estado, é exatamente explicando a eles o que eles têm direito e explicando a eles o que não têm direito”, disse o juiz Luiz Rocha.
O Tribunal de Justiça de Pernambuco anunciou que cinco juízes vão reforçar a Primeira Vara de Execuções Penais para acelerar a análise dos processos dos detentos.

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