O Tribunal do Júri de Votuporanga realiza hoje o último julgamento de 2007. O crime em questão é uma tentativa de homicídio ocorrida no dia 6 de abril deste ano, feriado de “Sexta-Feira Santa”, na Rua José Bernardes Oliveira, bairro Matarazzo, quando cinco homens tentaram matar outro, com diversos disparos de arma de fogo.
Conforme o boletim de ocorrência da Polícia Civil de Votuporanga, a vítima, Wagner Monteiro, 30, que é detento da penitenciária II de Bauru, naquela semana estava na cidade visitando seus parentes em decorrência do indulto de Páscoa.
No documento consta que Wagner saia da casa de sua avó, por volta das 14h30, momento em que se deparou com três indivíduos que conhecia. Logo em seguida, um deles, o ajudante de pintor Francis Amâncio dos Santos sacou uma arma e começou a disparar em direção ao detento, que fugiu do local pulando muros das residências vizinhas. Segundo Wagner, os outros dois rapazes que estavam com Francis, Ricardo Vieira da Silva e Diesgneo Furtado da Costa, estavam com revólveres e o perseguiram pelo bairro.
Ao chegar à travessa Antenor Silvério, a vítima então contou à Polícia que encontrou um Santana, verde, placas de Guarani D’Oeste, ocupado por mais dois homens, Flávio Eduardo Bonifácio Pena e Raimundo Pereira dos Santos Filho – que o mandaram parar; mas, mesmo assim, ele continuou correndo até uma casa da Rua Professor Vilar Dantas, onde o proprietário acionou a Polícia Militar.
Diante do fato, a PM conseguiu localizar os cinco suspeitos no carro descrito pela vítima, que posteriormente também foram reconhecidos por ela no plantão policial. O veículo foi apreendido e a grupo preso em flagrante por tentativa de homicídio, sendo encaminhado posteriormente ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de São José do Rio Preto, onde aguardavam o julgamento.
Motivo
Na época, em declarações à delegada Célia Aparecida Moreno, a vítima disse que suspeitava que o crime tivesse sido um “acerto de contas” relacionado a um motim ocorrido em 2000 na penitenciária I de Mirandópolis, envolvendo membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Na ocasião, de acordo com Wagner, que estava detido naquele presídio, a população carcerária da unidade se rebelou contra os integrantes da facção, que estupravam e extorquiam as visitas dos demais. O fato resultou na morte de dois presos ligados a facção, que então determinou a assassinato dos outros detentos que estavam no pavilhão, onde houve o motim, sendo a vítima um deles.
O júri será presidido pelo Jorge Canil e a acusação será feita pelo promotor José Vieira da Costa Neto, que sustentará que o homicídio é qualificado, porque ocorreu devido a um motivo torpe. Os advogados que atuarão na defesa dos cinco réus são: Douglas Teodoro Fontes (Ricardo), Gésus Grecco (Diesgneo), Manoel Aparecido Marques (Raimundo), Silvânio Hortêncio Pirani (Francis), Aparecida Donizette Alves de Oliveira e Fábio Luís Binatti (Flávio). O Conselho de Sentença será formado pelos jurados já pré-selecionados no último dia 30.
