Os três funcionários de uma clínica evangélica com unidade em Votuporanga presos acusados do assassinato de um dependente de drogas ontem (7) teriam trazido a vítima já morta para Votuporanga.
Eles foram presos por homicídio qualificado na Central de Flagrantes de Votuporanga. A polícia foi chamada na Santa Casa, onde a vítima foi levada morta pelos acusados. Os homens tentaram capturar o paciente para internação na clínica. Segundo a ex-namorada da vítima, um estudante de 30 anos, a ação dos acusados foi violenta.
“Quando entraram na casa, ele (a vítima) tentou correr, mas os homens investiram contra o rapaz, aplicando o golpe mata-leão, tendo a vítima sangrado pela boca, enquanto outros dois acusados amarraram suas pernas e braços, tendo a vítima desfalecido no local e não apresentar sinais de vida, apesar dos olhos abertos”, disse a jovem.
Até agora há contradição se o crime ocorreu em Guapiaçu, onde a família da vítima reside, ou em Rio Preto.
Em depoimento os acusados disseram que a vítima passou mal durante a viagem até a clínica. Um deles disse que a família deu sedativo ao rapaz antes da chegada da equipe para a extração forçada .
Segundo um dos acusados, esse procedimento (resgate) é utilizado quando a família contrata os serviços da clínica, mas o usuário de drogas se recusa a internação.
De acordo com as declarações da médica plantonista e testemunhas, o corpo do estudante apresentava sinais de esganadura e amarrações dos pés e mãos.
O coordenador da clínica alegou alega que um pastor evangélico também teria participado da tentativa de captura do paciente.
QUEM SÃO:
Dois monitores da clínica presos são de Jaboticabal.Um tem 27 anos e outro 31 anos. O terceiro é de Votuporanga e tem 34 anos.
O homem de 35 anos, de Ariranha, se apresentou à polícia como ex-interno da clínica e coordenador da unidade de Votuporanga. Ele figura como testemunha por não ter participado diretamente da ação.
A CLÍNICA
Em anúncio em site de busca na internet, a clínica de Votuporanga aparece oferecendo tratamento contra usuários de drogas e alcoolismo.
Informa oferecer profissionais capacitados, como psiquiatra, psicólogo, terapeuta holístico, enfermeira padrão, auxiliares de enfermagem, nutricionista e EQUIPE DE MONITORAMENTO.
As pesquisas também indicam vínculo da unidade em uma área rural de Votuporanga a um grupo com filiais em várias regiões, atuando desde 1988. O site da instituição oferece tratamento de alto padrão a dependentes químicos, oferecido em mansões luxuosas expostas em fotos. O site está registrado em nome de um empresário de Boituva.
No anúncio da clínica de Votuporanga não há endereço (somente fotos) e consta apenas um número de celular. Desde o registro do caso ninguém atende aos chamados. O advogado votuporanguense que representa os três acusados também não atendeu as ligações da reportagem do VotuporangaTudo.