Após a confirmação de um morcego encontrado morto contaminado com o vírus da raiva no município, a Secretaria da Saúde de Votuporanga alerta para a importância de manter a vacinação antirrábica em dia para cães e gatos. A procura vem sendo baixa, ano a ano, e isso deixa as autoridades sanitárias em estado de atenção, porque a vacina é a única forma de prevenir o contágio dos animais e, consequentemente, dos seres humanos.
Em 2023, a Vigilância Ambiental vacinou pouco mais de 1.400 animais, número considerado bem abaixo do esperado. “Sabemos que a principal forma de prevenção é a vacinação antirrábica e, infelizmente, nossa cobertura não está satisfatória. Precisamos que os tutores entendam a importância de manter seus animais vacinados para proteção da saúde humana”, disse a secretária da Saúde, Ivonete Félix.
O morcego foi encontrado em uma casa, no bairro San Remo, no dia 18 de dezembro. Como procedimento padrão, a Vigilância Ambiental enviou o animal para análise do Instituto Pasteur e recebeu a confirmação de que ele estava infectado com a doença. Até o momento, não há nenhum caso suspeito ou confirmado da doença em cães, gatos ou humanos.
Onde vacinar
A vacinação antirrábica para cães e gatos é realizada em caráter permanente no município. Os tutores podem levar seu animal até a Vigilância Ambiental, que fica na Av. Dr. Augusto Aparecido Arroyo Marchi, 4.221 (Jd. de Bortole), de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. Como tentativa de ampliar a procura pelo imunizante, haverá o Dia D de vacinação no sábado, 17 de fevereiro, em local e horário a ser definido.
Podem ser vacinados cães e gatos acima de três meses que estão em boas condições de saúde e que não estejam passando por algum tratamento ou estejam debilitados. As fêmeas não podem estar em período de gestação ou em fase de amamentação. É importante manter a vacina em dia pois é a única forma de prevenção contra a doença, além de ser determinada por lei para todos os tutores de animais.
Mais informações sobre a vacinação podem ser obtidas através dos telefones (17) 3406-3175 ou 0800-770-9786.
A doença
A raiva é uma doença transmitida dos animais ao homem, e vice-versa, por um vírus mortal tanto para o homem como para o animal. Atinge o sistema nervoso central, levando ao óbito após curta evolução.
A transmissão ocorre quando os vírus existentes na saliva do animal infectado penetram no organismo através da pele ou de mucosas, por meio de mordida, arranhão ou lambida.
A doença apresenta três ciclos de transmissão: urbano, representado principalmente por cães e gatos; rural, representado por animais de produção como bovinos, equinos, suínos e caprinos; e silvestre, representado por raposas, guaxinins, primatas e, principalmente, morcegos.
Sintomas nos animais
Em todos os animais costumam ocorrer os seguintes sintomas: dificuldade para engolir; salivação abundante; mudança de comportamento; mudança de hábitos alimentares; paralisia das patas traseiras.
Nos cães, o latido torna-se diferente do normal, parecendo um “uivo rouco”; e os morcegos, com a mudança de hábito, podem ser encontrados durante o dia, em hora e locais não habituais.
Sintomas em humanos
Os sintomas em pessoas são característicos, no início, por: transformação de caráter, inquietude, perturbação do sono, sonhos tenebrosos; aparecem alterações na sensibilidade, queimação, formigamento e dor no local da mordida; essas alterações duram de 2 a 4 dias. Posteriormente, instala-se um quadro de alucinações, acompanhado de febre; inicia-se o período de estado da doença, por 2 a 3 dias, com medo de correntes de ar e de água, de intensidade variável. Surgem crises convulsivas periódicas.
O que fazer quando agredido por um animal, mesmo se ele estiver vacinado contra a raiva:
– lavar imediatamente o ferimento com água e sabão;
– procurar com urgência o Serviço de Saúde mais próximo;
– não matar o animal, e sim deixá-lo em observação durante 10 dias, para que se possa identificar qualquer sinal indicativo da raiva;
– o animal deverá receber água e alimentação normalmente, num local seguro, para que não possa fugir ou atacar outras pessoas ou animais;
– se o animal adoecer, morrer, desaparecer ou mudar de comportamento, acionar a Vigilância Ambiental;
– nunca interromper o tratamento preventivo sem ordens médicas;
– em caso de encontrar morcegos, mesmo que pareçam estar mortos, não entrar em contato em hipótese alguma, apenas acione a Vigilância Ambiental para que faça o devido recolhimento.