Imagine chegar em casa e não poder tomar banho por falta de água. Essa é a situação enfrentada por 292 mil moradores de sete cidades da região de Rio Preto que já enfrentam racionamento ou diminuição da pressão de água das torneiras por conta do agravamento da estiagem. Somente em Rio Preto, aproximadamente 100 mil moradores estão ficando sem água nas torneiras durante sete horas do dia. Estão nesta situação há quatro meses.
Alberto Carlos Olívio, de 56 anos, é um dos rio-pretenses que estão sentido os impactos da falta de água. Há quatro meses, ele sabe que depois do almoço nem pingo cai da torneira de sua quitanda. “Eu armazeno água para as necessidades básicas, mas é complicado”.
A situação crítica dos principais reservatórios de água da região Noroeste Paulista é reflexo da redução da quantidade de chuvas. Em Rio Preto, dados do Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto (Semae) mostram que houve uma redução de 45% do volume de chuvas neste ano em relação ao ano passado.
Outras cidades com dificuldades no abastecimento de água são Cedral, Catanduva, Uchoa, Santa Fé do Sul, Tabapuã e Suzanápolis.
“Em Catanduva, estamos diminuindo a rotação dos motores das bombas para extrair menos água do aquífero e ao mesmo tempo não prejudicar a população com um racionamento completo. Isso acarreta em uma menor pressão de água nas torneiras”, disse o superintende da Superintendência de Água e Esgoto de Catanduva (Saec), Marco Antônio Machado.
Apesar de não decretarem racionamento, outras cidades da região vão de carros de som nas ruas a campanhas nas redes sociais com o objetivo de evitar o desperdício de água.
Já a Sabesp informou que todas as 64 cidades atendidas pela empresa na região de Rio Preto seguem sem racionamento. “Devido à situação de estiagem, a companhia segue orientando e pedindo o uso consciente de água”, disse a nota.