domingo, 24 de novembro de 2024
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Queimadas no Brasil têm aumento de 100% em um ano

A crescente onda de queimadas no Brasil em 2024 já resultou em um aumento de 100% nos focos de calor em comparação com o ano anterior, segundo dados do Instituto…

A crescente onda de queimadas no Brasil em 2024 já resultou em um aumento de 100% nos focos de calor em comparação com o ano anterior, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Até esta segunda-feira (9), o país registrou 159.411 focos de incêndio, enquanto, no mesmo período de 2023, o número era de 79.315. A Amazônia e o Cerrado são os biomas mais afetados, concentrando, respectivamente, 50% e 32% dos incêndios.

Especialistas apontam que o agravamento das queimadas está diretamente relacionado à seca severa que afeta a região amazônica há dois anos consecutivos. Segundo Daniel Silva, especialista em conservação do WWF-Brasil, “o desmatamento na Amazônia vem sendo reduzido pela atual gestão do governo federal, mas o nível de devastação ainda é muito grande”.

Em entrevista ao jornal O Globo, ele destacou a importância de fortalecer as medidas de fiscalização e o apoio aos povos originários, que desempenham papel fundamental na preservação das florestas.

Além dos danos à vegetação, a fumaça das queimadas tem se espalhado por diversas regiões do país, atingindo até o Sul e Sudeste, devido à ação dos chamados “rios voadores”, um corredor de ar que normalmente traz umidade da Amazônia, mas que agora está carregando poluição e calor.

O pesquisador Henrique Bernini, especialista em sensoriamento remoto, alertou para a gravidade da situação: “Tem muita ocorrência ao mesmo tempo queimando uma vegetação que está sob efeito de uma sequência de ondas de calor. Esse cenário é de guerra”.

A poluição do ar já colocou três cidades brasileiras entre as mais poluídas do mundo no último domingo (8). Segundo o monitoramento da empresa suíça IQAir, Porto Velho (RO), Rio Branco (AC) e São Paulo (SP) lideraram o ranking global, com índices de qualidade do ar que variam entre insalubre e muito insalubre.

Porto Velho registrou um índice de 210, considerado “muito insalubre”. “Não é nenhuma surpresa esses índices”, comentou Humberto Barbosa, meteorologista e coordenador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis).

“A poluição está diretamente ligada às queimadas, que são o principal agente poluidor no momento. Mas o problema maior é a degradação da floresta. Quanto mais desmatada, maior a chance de incêndios e poluição”, completou.

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