Uma anta grávida morreu após ser gravemente ferida em um incêndio em um canavial em Andradina (SP). O animal, que foi resgatado na última quinta-feira (12) e levado para a Associação Mata Ciliar em Jundiaí (SP), apresentava queimaduras graves e estava em estado crítico.
Segundo a coordenadora de fauna da Mata Ciliar, Cristina Harumi, a anta estava no início da gestação e, possivelmente, também amamentava um filhote que não foi encontrado. “Não encontramos o filhote que ela amamentava. Certamente, ele se perdeu ou morreu na queimada. Então, foram três vidas que o fogo consumiu”, lamentou Cristina em entrevista ao G1.
O animal foi localizado deitado próximo a um canavial nas imediações de uma usina sucroalcooleira em Andradina. A descoberta foi feita por uma funcionária da usina, que acionou a Polícia Ambiental ao perceber que a anta estava desorientada e severamente debilitada.
Após o resgate, uma força-tarefa foi montada para transferir a anta prenha de cerca de 200 quilos para Jundiaí, a 600 km de distância, onde fica a sede da Mata Ciliar, especializada no tratamento de grandes mamíferos vítimas de queimaduras.
Durante o transporte, a anta foi sedada para evitar maiores sofrimentos. “Ela estava sendo monitorada o tempo todo e não sentia mais tanta dor. Todos fizeram o que estava ao alcance, a Polícia Ambiental, o hospital veterinário de Andradina, o zoológico de Bauru, que emprestou a caixa de transporte, e a Mata Ciliar”, explicou Harumi. No entanto, apesar de todos os esforços, o estado do animal era extremamente crítico.
De acordo com Samuel de Oliveira, coordenador de comunicação da Mata Ciliar, a anta tinha o corpo completamente queimado, sem pelos, e apresentava diversas lesões, principalmente nas patas. Além disso, o animal enfrentava problemas respiratórios, provavelmente devido à inalação de grande quantidade de fumaça.
Além das queimaduras externas, a anta passou por uma avaliação oftalmológica que constatou a perda de visão, resultado direto das queimaduras sofridas durante o incêndio.