A péssima campanha do São Paulo no segundo turno do Campeonato Brasileiro – só duas vitórias em dez partidas – passa muito pelos momentos de declínio técnico de peças que foram tão importantes para levar o time à liderança, rodadas atrás.
Em todos os setores, o técnico Diego Aguirre vê jogadores perdendo a confiança e, como resultado, deixando de entregar o que deles se espera.
O principal nome é também o mais qualificado do elenco: Nenê, que acabou substituído nas últimas três apresentações (Internacional, Palmeiras e Botafogo). Vice-artilheiro da equipe na temporada, com 12 gols, o camisa 10 não balança as redes desde a primeira partida do returno, o empate em 1 a 1 com o Paraná, em Curitiba. Além de não ajudar com gols, ele também vem deixando a desejar na principal função, que é armar o sistema ofensivo tricolor.
Mas Nenê não é o único da linha de frente que está devendo. O equatoriano Rojas, por exemplo, não tem mais contribuído com assistências nem com as arrancadas pela direita que abriam as defesas adversárias. Tem sido um jogador burocrático, com raras tentativas de dribles que quase nunca resultam em ações de perigo a favor do São Paulo.
Mesmo Diego Souza, que segue fazendo seus gols – três dos oito gols no returno foram dele -, tem participado pouco do jogo, até porque a bola quase não chega. O São Paulo praticamente abdicou de jogar contra Palmeiras e Inter, limitando-se a defender e atrair os oponentes ao seu campo. Assim, o camisa 9 se viu anulado entre os zagueiros adversários. Ou seja, a diferença entre ele e Nenê ou Rojas é que a queda de produção se deu muito mais em função do declínio coletivo do que por má fase individual.
Já na parte defensiva da equipe, os zagueiros não passam a mesma confiança de antes. Só em dez jogos do segundo turno, o time sofreu quase a mesma quantidade de gols (11) do primeiro turno inteiro (16). Foram oito nas últimas quatro partidas, média de dois por jogo. A má fase é personificada na figura de Anderson Martins, que levou a pior no duelo com Leandro Damião no domingo e acabou expulso após cometer pênalti no centroavante colorado.
No gol, a falta de confiança transmitida por Sidão – desde a época de vagas gordas, é bom que se diga – lhe custou a posição de titular. Jean foi o escolhido por Aguirre para iniciar o duelo com o Internacional. Os três gols sofridos, é verdade, também não contribuíram muito para confirmar sua presença no time, mas a tendência é ele ser mantido para o jogo contra o Atlético-PR, sábado, no Morumbi, pela 30ª rodada do Brasileirão.