domingo, 24 de novembro de 2024
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Queda da Ferrari torna temporada disputada em “passeio”

De um lado, uma equipe imbatível nos últimos quatro anos, com a melhor estrutura da Fórmula 1 e um piloto atravessando a melhor fase da carreira. De outro, um time…

De um lado, uma equipe imbatível nos últimos quatro anos, com a melhor estrutura da Fórmula 1 e um piloto atravessando a melhor fase da carreira.

De outro, um time em franca ascensão, um carro sem pontos fracos e um tetracampeão mundial como líder. A temporada de 2018 da F-1 tinha tudo para ser extremamente disputada até o final -e estava sendo, pelo menos até a 13ª das 21 etapas, disputada na Bélgica no fim de agosto. Dois meses depois, o que era equilíbrio virou um passeio e o campeonato se encaminha para coroar Lewis Hamilton com duas provas para o fim, neste domingo (28), no México.

Após o GP da Bélgica, Hamilton tinha 231 pontos, contra 214 de Sebastian Vettel. A vantagem de equipamento, no entanto, era do alemão, em um momento em que a Ferrari tinha conseguido um salto considerável de potência do motor e vinha trazendo novidades que melhoravam o carro a cada etapa. Era considerado uma questão de tempo, portanto, até que Vettel virasse o jogo.

Mas veio o GP da Itália, com a Ferrari favorita, e Vettel tocou em Hamilton, levou a pior e abriu o caminho para a vitória do inglês. Não foi a primeira vez (nem a última) na temporada que o alemão exagerou na agressividade. Mas a vantagem ferrarista mantinha as esperanças de uma virada.

Até que, na etapa seguinte, em Singapura, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) apertou o cerco em relação ao motor da Ferrari, instalando um segundo sensor para controlar o fluxo de energia das baterias. Isso era uma reivindicação antiga da Mercedes, que desconfiava da legalidade do sistema de baterias gêmeas ferrarista. Ao mesmo tempo, o time de Hamilton passou a usar uma roda com desenho que evitava o superaquecimento dos pneus, um dos grandes problemas do carro ao longo do ano, e melhorava seu rendimento.

Na Rússia, a vantagem da nova roda e a súbita falta de potência do motor Ferrari após a instalação do sensor ficaram claras, e o pentacampeonato de Hamilton passou a ser muito para Vettel. Nesse momento, o alemão já não conseguia andar no mesmo nível do rival, sua equipe perdia rendimento e também cometia erros de estratégia. Para completar, uma briga interna por poder entre o chefe Maurizio Arrivabene e o diretor técnico, Andrea Binotto, atrapalhava o foco.

No fim de semana seguinte, no Japão, o clima tenso ficou escancarado. Vettel estava bastante afoito nas manobras, em um tudo ou nada que resultou em mais um toque, agora com Max Verstappen. Enquanto isso, Hamilton levava mais uma e se colocava com chances de vencer o campeonato nos Estados Unidos, com três corridas de antecipação.

Em Austin, a Ferrari voltou a ser competitiva, após a Mercedes ser obrigada a mudar sua roda por recomendação da FIA. Os problemas com os pneus voltaram e um piloto da Ferrari, Kimi Raikkonen, venceu. Vettel, porém, errou de novo, levando uma punição boba por não respeitar uma bandeira vermelha, e depois se tocou com Daniel Ricciardo na primeira volta.

Até mesmo o chefe da parte técnica da F-1, Ross Brawn, já não considera mais essa série de erros uma coincidência. “Certamente não quero colocar Vettel no banco dos réus, mas esses incidentes não podem ser mais vistos como coincidência, mas sim indicam que Sebastian está meio fora de si.”

O próprio Vettel admite que o momento não é bom. “Obviamente, os últimos dois meses não foram bons para nós, em vários sentidos. Não é que exista um problema fundamental. No final, parece pior do que foi. Não tenho problema em admitir meus erros e, além disso, houve coisas que aconteceram que não nos ajudaram.”

Vettel se refere tanto às questões técnicas, quanto às tensões internas da equipe, que aumentaram muito após a morte do presidente da Ferrari, Sergio Marchionne, de forma súbita em julho. O dirigente prometera a Binotto que ele seria o novo chefe ferrarista, mas agora Arrivabene trabalha para diminuir a influência do engenheiro, que está sendo sondado pelos rivais.

“Depois que a m foi jogada no ventilador, as coisas não melhoraram. Não acredito em sorte ou azar, mas as coisas não correram como queríamos”, afirmou Vettel.

Neste final de semana, no México, Vettel já não depende mais de seus resultados para manter a luta pelo campeonato viva, uma vez que Lewis Hamilton sagra-se campeão caso marque mais que cinco pontos.

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