De Brasília,
Dados do Ministério da Saúde afirmam que o Brasil possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Ainda assim, quase 70 mil brasileiros aguardam pela doação de um órgão para transplante na lista de espera. A campanha desta Semana Nacional da Doação de Órgãos tem o objetivo de sensibilizar os brasileiros sobre a falta de doadores no país. Até o fim do ano que vem, o governo pretende acabar com a fila de espera por uma córnea e reduzir pela metade as filas por medula óssea e órgãos sólidos, ou seja, rim, coração, pulmão, pâncreas e fígado. Os órgãos mais doados no país são as córneas e os rins. Mas, segundo o coordenador da Central de Transplantes do Distrito Federal, Lúcio Lucas, a meta do governo depende diretamente de mais esclarecimento da população sobre o assunto.
Está faltando um pouquinho de consciência da população, falta por parte dos meios institucionais um pouco de divulgação dos programas e trabalho junto à família de esclarecimento da necessidade do transplante, do diagnóstico de morte cerebral para que a gente possa reverter esse índice de rejeição que hoje se encontra altíssimo.
A doação de órgãos no Brasil é regulamentada por lei desde 1997. A legislação admite dois tipos de doador. O doador vivo precisa ser parente de até o quarto grau do receptor. Já a doação por parte de um falecido precisa ser autorizada pelos familiares. Do total de doações feitas em 2004, oitenta e oito por cento partiram de doadores vivos e o restante de falecidos. Portanto, a campanha para a doação de órgãos deste ano pretende alertar a população para informar a família, desde cedo, sobre a decisão de ser ou não um doador. O ministro interino da Saúde, Jarbas Barbosa, destaca a importância da compreensão por parte dos familiares.
Mesmo num momento de perda, é importante compreender que esse gesto de doar órgãos pode fazer com que pessoas melhorem a sua qualidade de vida ou ganhem uma chance de sobrevivência.
A doação de órgãos só pode ser feita mediante a constatação da morte cerebral e, se houver aproveitamento de alguma parte do corpo. Para entrar em contato com as centrais estaduais de transplante, basta ligar gratuitamente para o telefone 0800-611997.