Um levantamento feito pelo Tribunal de Contas de São Paulo, e pela Controladoria Geral da União, identificou que quase 8 mil agentes públicos paulistas receberam o auxílio emergencial de R$ 600,00 repassado pelo governo federal após a pandemia da covid-19, causada pelo novo coronavírus.
O valor gasto com os servidores, que possuem estabilidade profissional, garantias com férias, auxílio alimentação e manutenção da renda mesmo durante a pandemia, foi de aproximadamente R$ 5,8 milhões, segundo a pesquisa.
Nas três principais cidades das regiões noroeste e oeste paulista, foram feitos 594 pedidos de servidores para o recebimento do auxílio. Presidente Prudente lidera o número de pedidos indevidos, com 280, seguido de Rio Preto (254) e Araçatuba (58). Várias cidades menores também registraram os pedidos irregulares. Todos conseguiram receber os R$ 600,00 mensais.
De acordo com o governo federal, é possível que os servidores não tenham feito a solicitação, mas que tenham sido incluídos como beneficiários do auxílio de forma automática por estarem no cadastro único para programas sociais.
Há também a possibilidade do servidor ter alterado os dados cadastrais para receber o auxílio ou ter sido inserido como solicitante do auxílio de forma indevida por outra pessoa. Há, ainda, casos onde os servidores fizeram o cadastro antes do início do vínculo trabalhista.
Dependendo do caso, o beneficiário pode responder criminalmente.
Com os dados dos pagamentos em mãos, as investigações agora vão ajudar a entender o que aconteceu em cada caso.
As prefeituras de Araçatuba, Rio Preto e Presidente Prudente foram procuradas pela reportagem para falar sobre os casos.
Em Araçatuba e Prudente, as prefeituras disseram que estão tomando providências internas para descobrir quem recebeu os valores indevidos junto do Ministério Público. A Prefeitura de Rio Preto não respondeu aos questionamentos até a publicação desta reportagem.
O auxílio emergencial foi criado para ajudar pessoas que perderam a renda por conta da crise causada pela pandemia da covid-19.
Diversas denúncias foram feitas em todas as partes do Brasil, onde pessoas boas condições receberam o dinheiro e pessoas que precisam do auxílio tiveram o pedido negado.