O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reafirmou hoje pela manhã, que não faz parte de sua personalidade “qualquer coisa que diga respeito a licença ou a renúncia”. Amanhã, os senadores votam em sessão secreta o projeto que sugere a cassação de seu mandato.
Ao chegar hoje em seu gabinete , Renan afirmou que não tem “absolutamente nenhum sentido” abrir mão de seu mandato agora, depois de lutar “com sofrimento e dor” para provar “sua verdade e inocência”. “Seria um desrespeito para o País e para o Senado brasileiro”, declarou.
O senador vai a julgamento nesta quarta-feira (12) pela acusação de quebra de decoro parlamentar. Renan é acusado de receber dinheiro de um lobista da empreiteira Mendes Júnior para pagar despesas pessoais. Entre essas despesas está a pensão alimentícia a uma filha que teve fora do casamento.
Durante todo o dia de hoje, os partidos com representação no Senado mantêm reuniões para discutir a posição na votação de amanhã. Embora o voto seja secreto, os líderes partidários querem ter uma idéia de qual será a tendência na sessão que definirá o futuro político de Renan.
Amanhã, dia de seu julgamento, a segurança em torno do Senado será reforçada e o plenário será isolado a partir de hoje à noite.
Por ser réu no processo, Renan Calheiros não poderá presidir a sessão na qual seu mandato será colocado em xeque. A função caberá ao 1º vice-presidente da Casa, Tião Viana (PT-AC). Na condição de senador, porém, o peemedebista poderá votar.