Três pessoas morreram neste sábado (17) em manifestações em Níger, na África, em protesto contra as charges do jornal francês “Charlie Hebdo”. Na Europa, a segurança voltou a ser reforçada diante de ameaças de novos atentados.
Na Bélgica, os militares foram para as ruas com roupas e armas de guerra. A intenção é intimidar os terroristas para que nem pensem em atacar. Ao todo, 300 soldados patrulham possíveis alvos de atentados, como sinagogas e áreas com grande presença de judeus.
“O governo demorou a agir”, criticou uma belga.
Na Grã-Bretanha, onde vivem 200 mil judeus, a segurança também foi reforçada em locais da comunidade judaica.
As estações centrais de trem de Berlim e Dresden, na Alemanha, passaram o dia cheia de policiais. As autoridades receberam informações de possíveis ataques de extremistas.
Em países muçulmanos, houve novos protestos contra as charges do profeta Maomé do jornal “Charlie Hebdo”. No Níger, uma ex-colônia francesa na África, manifestantes atacaram e queimaram duas igrejas, rasgaram bíblias e botaram fogo em um restaurante francês. Três pessoas morreram durante as manifestações hoje. O governo da França pediu que seus cidadãos que vivem no Níger evitem sair às ruas.
Na Argélia, onde nasceram dois dos terroristas envolvidos nos ataques em Paris na semana passada, houve um grande protesto. Os manifestantes entraram em confronto com a polícia. Vários policias ficaram feridos e houve muitas prisões.
Também houve manifestações no Paquistão e no Iêmem, onde está localizada a facção da Al-Qaeda, que assumiu os ataques em Paris.
Dois franceses ligados à rede terrorista foram presos hoje no país, mas a polícia não sabe se eles também participaram dos atentados da semana passada.
Um dos terroristas, Said Kouachi, que participou do ataque ao jornal, foi enterrado hoje na cidade de Reims, em segredo e em um túmulo sem identificação, para evitar que se torne local de peregrinação de extremistas.
Quatro pessoas que estariam ligadas aos extremistas que agem na Bélgica foram presas neste sábado na Grécia.
Apesar de toda tensão nos países muçulmanos e na Europa por causa das charges, o governo francês voltou a defender a liberdade de expressão.
Pelo quarto dia seguido, o jornal “Charlie Hebdo” desapareceu das bancas de Paris. Os editores anunciaram que vão aumentar a tiragem para 7 milhões de exemplares.