quinta, 14 de novembro de 2024
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Protesto de aposentados reúne 2,5 mil manifestantes

Em palanque armado na Praça da República, sindicalistas e convidados falaram ao público contra a reforma da Previdência Mesmo com a ausência do deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB),…

Em palanque armado na Praça da República, sindicalistas e convidados falaram ao público contra a reforma da Previdência

Mesmo com a ausência do deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB), o movimento de protesto dos aposentados realizado ontem, em Catanduva, na Praça da República, foi bastante concorrido e teve discursos de pesadas críticas contra o governo federal, através de lideranças sindicais, tendo como pano de fundo a Previdência Social. O evento reuniu 2,5 mil pessoas.

Em palanque armado, sindicalistas e convidados falaram ao público. O calor reinante não impediu que aposentados permanecessem na praça até o fim do protesto, que havia saído da sede da Associação da categoria, na rua Quinze de Novembro e rumou ao Centro da cidade.

Warley Martins Gonçalles, autor do movimento e presidente da Associação dos Aposentados de Catanduva e da Federação dos Aposentados do Estado, abriu os discursos. “O governo quer acabar com a nossa Previdência; ele tira de nós para fazer obras. Faço apelo a vocês para lutarem por seus direitos, senão vão acabar chupando os dedos”, destacou.

O bispo Dom Antônio Celso de Queiroz também não poupou críticas. “Nós vivemos num país complicado. O problema vem de longe. Há muito tempo que nós, da CNBB, estudamos a Previdência, por onde passaram tantos ministros; não há direito reconhecido sem luta. Só há uma voz que o governo cumpre, que é a voz das ruas, das praças, do povo”.

Dom Celso também falou em privilégios. “Uma maioria que colaborou a vida inteira com a Previdência ganha salário mínimo; uma minoria que colaborou muito pouco ganha até R$ 30 mil. É uma classe privilegiada”.

O bispo é membro da CNBB, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil e ao citar classe privilegiada referiu-se a altas aposentadorias pagas pela Previdência.

O presidente do Movimento Intersindical e do Sindicato dos Metalúrgicos, Airton Gonçalves criticou a reforma da Previdência e frisou. “Se continuar assim, o Brasil jamais terá futuro”.

Em seguida, o empresário Roberto Cacciari teceu palavras de incentivo. “Gostaria de abraçar um por um de vocês e encorajá-los mais ainda porque aqui estão debaixo deste sol escaldante; o Brasil é o Brasil de hoje porque isso se deve a vocês”.

O empresário ressaltou seu apoio e apreço à causa dos aposentados. “Vocês são dignos; é muito triste ver a situação em que se encontram muitos aposentados”, comentou.

Desfecho
No final, discursou o presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), ex-deputado federal Benedito Marcílio, que estava representando o deputado Arnaldo Faria de Sá. “A Câmara dos Deputados já decidiu dar aumento aos aposentados de 5,01%, e de 16,65% ao salário mínimo, em 2007. A Cobap não desistirá de lutar por maior reajuste à categoria”, garantiu.

Marcílio mostrou a escala de superávit da Previdência Social desde o ano 2000, até 2005 quando atingiu R$ 56,9 bilhões e prometeu que irá divulgar nomes e fotos de deputados que votaram contra reajuste maior aos aposentados. “Falta vergonha na cara desse e de outros governantes”.

O movimento finalizou em frente ao prédio do INSS, na rua Brasil, onde foi entregue a pauta reivindicatória do ato de protesto.

Autoridades apóiam causa dos aposentados
Várias autoridades se fizeram presentes no palanque da Praça da República, em apoio ao movimento dos aposentados como Alexandre Nobalbos, presidente da Associação Comercial e Empresarial; Carlos da Silva Longo, presidente do Sindicato dos Comerciários; Antônio Carvalho, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil-OAB seção de Catanduva; padres Sinval Januário e Geraldo Bataglin, além de vários presidentes de Associações e Confederações de Aposentados.

Motivos
O ato de ontem visa alguns pontos principais da reforma da Previdência; não deixar que o governo tire o 13º salário dos aposentados; não aumentar em mais cinco anos a idade de aposentadoria, hoje em 55 anos para a mulher e 60 para o homem; lutar para o governo acabar com o fator previdenciário, que reduz o salário em até 50% para quem se aposenta.

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