Os beneficiários do Bolsa Família podem ter direito à renda por pelo menos dois anos. Encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a proposta prevê, que, durante o prazo mínimo, os beneficiários possam aumentar sua renda individual per capita, sem serem desligados do programa. Atualmente, a renda máxima de cada família beneficiada é de 120 reais. O Ministério do Desenvolvimento Social também propôs à Presidência que o limite da renda seja aumentado para 140 reais. O objetivo dos projetos é ampliar o tempo mínimo para as famílias buscarem ocupação e novas fontes de geração de renda, sem correrem o risco de perderem o benefício. Apesar de atingir mais de 11 milhões de famílias, o programa, carro-chefe do primeiro mandato do presidente Lula, ainda é muito criticado. Há quem enfatize o caráter assistencialista ou até mesmo que os dois anos sejam responsáveis por acomodação dos beneficiários. O professor do departamento de Sociologia da Universidade de Brasília, Brasilmar Ferreira Nunes, não concorda com as críticas.
Essa crítica é feita por pessoas que falam de um lugar muito cômodo, de um lugar onde não há esse problema da sobrevivência do dia-a-dia. A pessoa que se acostuma a comer todos os dias, que mal há nisso? Se você imagina que os filhos destas famílias estão começando a freqüentar escolas, isso se trata de um processo que vai atravessar os tempos, os anos. Vai atravessar o governo atual, vai entrar no próximo, provavelmente no outro.
Criado em 2003, o programa Bolsa Família paga de 15 a 95 reais por mês aos beneficiados. O valor varia de acordo com a renda mensal e o número de crianças do domicílio. Para permanecer no programa, as famílias precisam comprovar a freqüência escolar e manter a vacinação em dia, além de fazer acompanhamento de saúde em gestantes e mulheres que amamentam. Em 2007, o orçamento previsto para o programa é de 8 bilhões e 600 milhões de reais. O repasse para cada família também poderá ser reajustado, conforme defende o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias.