O asilo que foi denunciado por maus-tratos nesta segunda-feira, já respondia uma ação civil desde agosto deste ano. De acordo com o Ministério Público, a acusação de irregularidades sobre a instituição teria partido da Vigilância Sanitária e do Conselho Municipal do Idoso.
Segundo denúncias apresentadas pelos órgãos, o asilo apresentava problemas documentais, administrativos, irregularidades estruturais e a falha na escala de funcionários no turno da madrugada. Também estava proibido de receber novos paciente. Uma audiência estava marcada para este mês, antes do agravante desta semana.
Segundo o promotor de justiça Marcus Vinicius Seabra, existe a possibilidade da interdição do asilo. “Já havia um pedido de interdição que estava sendo apreciado pela juíza. Na segunda-feira, veio à tona este novo fato preocupante, digamos de passagem, inadmissível. Com base nas matérias publicadas nos veículos de comunicação de Votuporanga, houve um novo pedido de interdição protocolado hoje (ontem). Agora cabe à juíza, analisar o novo pedido”.
A situação fica mais delicada pelo fato dela tentar driblar a fiscalização. Outras duas ações civis, além deste ano, já foram movidas pelo Ministério Público contra os responsáveis da instituição. A primeira foi em 2007, já a segunda em 2011. Fora as denúncias citadas, também existe outra ação penal de crime de maus-tratos em andamento.
Defesa de proprietária “desaba”
Durante o flagrante da última segunda-feira, a reportagem do jornal A Cidade, conversou com a responsável pela clínica, N.S.B. Ela alegou que aquela condição não é corriqueira, apenas uma situação de “emergência”. “Tivemos um problema de encanamento de esgoto na clínica hoje. Como houve este vazamento, removemos os quatros pacientes até esta residência para que possamos fazer a limpeza do local. E também estamos instalando piso antiderrapante e o cheiro de cola é muito forte. Daí, a necessidade de remover os quatros até aqui. Mas eles voltariam ainda hoje para clínica” disse.
Para o promotor Seabra, esta informação será investigada. “Pelo histórico, esta versão dificilmente será verídica, pois fatos semelhantes já aconteceram com os proprietários envolvidos”.