A associação LGBT+, por meio de seu representante Agripino Magalhães, solicitou nesta segunda-feira (15) a abertura de um inquérito policial, com caráter de urgência, para investigar as falas homofóbicas de Neymar proferidas ao seu ex-padrasto, Tiago Ramos.
Em um áudio vazado nos últimos dias, o jogador chama Ramos de “viadinho” e outras ofensas homofóbicas. Já os seus amigos, que não tiveram a identidade divulgada, ofereceram ajuda caso o craque do PSG quisesse se vingar de Tiago Ramos. “Vamos matar, enfiar um cabo de vassoura no c* dele”, fala um deles.
“Temos diante dos fatos elencados o crime de homofobia qualificada, com pena de 2 anos a 5 anos, vez que agora enquadra nos crimes de racismo”, diz o documento de solicitação de apuração e abertura de inquérito, destinado ao Ministério Público de São Paulo.
Com a consultoria do advogado Ângelo Carbone, Magalhães está pedindo a prisão preventiva de Neymar e dos “parças”, cuja voz é ouvida no áudio por crime de homofobia e formação de quadrilha. A intenção é pedir uma indenização de R$ 2 milhões após a instauração do inquérito, com o objetivo de doar a uma ONG em prol a comunidade LGBTQ+.
”Depois que entramos com a representação, começaram a me atacar nas redes sociais e por telefone”, contou Magalhães. “Recebo diariamente, a todo minuto, vários comentários horríveis. Eu não sabia que tinha esse tanto de pessoas com tanto ódio.”
Após análise, o Ministério Público indicou que o caso fosse levado a uma delegacia e pediu medidas para garantir a integridade física de Magalhães. “Tendo em vista que o requerente está sendo ameaçado em função de investigação a que se deu a causa, há, em tese, crime de coação no curso do processo”, afirma um promotor.
“Acredito que entre hoje e amanhã, o juiz tome conhecimento, analise os pedidos liminares que fiz e, inclusive, traga [Neymar] para o Brasil. Preso”, afirmou o advogado Carbone.