O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão nacional de fomento à pesquisa ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, aprovou verba de R$ 39 mil para a implementação de um projeto na área de Paleontologia a ser desenvolvido na FEF.
De acordo com o edital divulgado pelo CNPq (MCT/CNPq 32/2010), o recurso é destinado ao fortalecimento da Paleontologia Nacional.
O título do projeto aprovado é: “Estudo osteológico e geoquímico dos Baurusuchidae da Formação Adamantina, Grupo Bauru, Cretáceo Superior da região de Jales, Oeste do Estado de São Paulo”
Participam do projeto os pesquisadores: Dr. Rodrigo Miloni Santucci (Universidade de Brasília); Dr. Carlos Eduardo Maia de Oliveira (Fundação Educacional de Fernandópolis); MSc.
Daniel Costa Fortier (Universidade Federal do Rio Grande do Sul); Dr. Danilo Arruda Furtado (Universidade de Brasília); Dr. Marco Brandalise de Andrade (Universidade de Bristol) ; Dr. Roberto Ventura Santos (Universidade de Brasília).
O objetivo deste trabalho é estudar a anatomia e biologia do crocodilo pré-histórico Baurusuchus (pronuncia-se Baurusucus) através da análise dos fósseis coletados utilizando técnicas de tomografia computadorizada, histologia e análise de isótopos estáveis de carbono, oxigênio e nitrogênio.
Esse trabalho fornecerá dados mais detalhados sobre a anatomia osteológica desses animais pré-históricos, levantará evidências sobre a sua dieta, determinando com maior exatidão o seu nicho ecológico, além de aferir o volume craniano, obtendo o molde do encéfalo através de uma técnica chamada Endocast.
Os Baurusuchus foram crocodilos pré-históricos que viveram em nossa região há aproximadamente 85 milhões de anos.
Apresentavam patas locomotoras verticalizadas sob o corpo, olhos nas laterais do crânio, dentes achatados e com serrilhas cortantes nas laterais somente na região anterior da boca, além de alguns ossos bastante reforçados como o coracoide e as últimas vértebras.
Algumas destas características sugerem que tais animais possuíam habitat terrestre e não semiaquáticos como os crocodilos modernos.
A FEF apresenta inúmeros elementos ósseos e um crânio bem preservado desse crocodilo depositado em seu acervo fossilífero, devidamente autorizada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).