Os professores da rede pública estadual de Fernandópolis que estavam em greve, aproximadamente 70% da classe, voltaram ao trabalho na manhã de ontem (04).
O retorno às atividades, porém, não aconteceu da maneira desejada pelos docentes, em decorrência da falta de negociação com o governo. Vestidos com roupas pretas, como forma de protesto, os professores, mesmo em sala de aula, estão em “estado de greve” e poderão novamente cruzar os braços ainda esta semana, reivindicando melhorias.
A manifestação em defesa da classe continua em todo Estado e, segundo os profissionais, só deverá cessar quando houver um acordo com o governador. Segundo os professores, até o momento nenhuma proposta de reajuste foi apresentada.
NEGOCIAÇÕES
O Tribunal de Justiça agendou para a tarde da próxima quinta-feira, dia 07, às 15h, no Palácio da Justiça, uma audiência de conciliação entre representantes da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e do Governo, a fim de buscar uma resolução para o atual desacordo e o fim da greve, que está em vigor desde o dia 13 de março em diversas cidades paulistas.
PROPOSTA DE REAJUSTE
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que fará uma proposta de reajuste salarial para os professores da rede estadual de ensino “na hora certa”. Segundo Alckmin, o último reajuste, oferecido há oito meses, ainda é muito recente.
Ele também citou o bônus oferecido para os professores em abril. “Os professores confiam e sabem que na hora certa nós vamos fazer sim uma proposta, mas que não é agora, oito meses depois do último reajuste”, disse o governador. A Secretaria de Estado da Educação afirma ter dado reajuste de 45% no acumulado dos últimos quatro anos e diz que apresentou três propostas em reunião em 23 de abril, entre elas a manutenção de uma “política salarial pelos próximos quatro anos com data base em 1º de julho”.
Entretanto, o governo não deu números nem detalhes de qual seria a proposta de reajuste para o dissídio.
PEDIDOS
Os professores reivindicam 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior. Os professores também pedem melhores condições de trabalho. Segundo a categoria, mais de 3 mil salas de aula foram fechadas, o que provoca superlotação das salas de aula restantes.
A garantia de direitos para docentes temporários também está entre as demandas dos grevistas.
Josanie Branco-Jornal O Extra