quinta-feira, 19 de setembro de 2024
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Professor de informática é suspeito de estuprar quatro crianças

No mínimo 527 mil pessoas são estupradas por ano no Brasil sendo que, destes casos, apenas 10% chegam ao conhecimento da polícia. 70% destas vítimas são crianças e adolescentes. Poderíamos…

No mínimo 527 mil pessoas são estupradas por ano no Brasil sendo que, destes casos, apenas 10% chegam ao conhecimento da polícia. 70% destas vítimas são crianças e adolescentes.

Poderíamos viver em uma realidade distante e diferente, mas infelizmente isso acontece mais próximo do que imaginamos.Em Potirendaba aconteceu, acontece e pode acontecer dentro das nossas casas. Pesquisas apontam que 90% dos estupradores são pessoas da mesma família: um tio, um primo, um irmão ou alguém muito próximo da família.

Foi exatamente o que aconteceu com Bárbara, nome fictício, pois prefere não expor sua identidade com medo. Hoje com 24 anos, a jovem procurou a Gazeta do Interior para relatar a atrocidade sofrida na infância quando vinha passar as férias em Potirendaba. O autor, um professor de informática, de 54 anos, que foi preso no dia 22 de dezembro do ano passado depois de abusar de uma aluna em Bady Bassitt.

A jovem só tomou coragem em tornar o caso público após a prisão do suspeito. O professor que mora em Potirendaba, dava aulas de informática em Bady Bassitt, quando no dia 7 de dezembro teria beijado a boca de uma criança de apenas noves anos e passado a mão em partes íntimas do corpo dela, por baixo da roupa.

Bárbara relata que desde criança passava as férias na casa do primo de consideração E.L.S., que no qual é marido da prima da mãe dela. Os abusos, segundo ela, começaram em Santo Bernardo do Campo, no ABC Paulista, ainda quando ela tinha cinco anos na época.

Bárbara relata que o criminoso se mudou com a mulher do ABC para Potirendaba, onde ela também passava as férias. “Eu amava passar as férias em Potirendaba, mas via que tinha alguma coisa que me incomodada e eu não sabia entender o que era. Com a alegria e inocência de criança, a gente dormia em um colchão no chão. Eu me lembro de uma vez que quando a minha prima foi tomar banho ele aproveitou para passar a mão em mim, beijar a minha boca e falar que eu era linda”, relata a vítima.

Depois dos casos de Bady vir à tona, a jovem que hoje é casada decidiu contar para a esposa do suspeito que não deu credibilidade ao fato, segundo ela. “A gente já se sente um lixo quando isso acontece com a gente e quando eu fui contar simplesmente parece que a mulher dele que é minha prima não acreditou na situação e ainda questionou se eu tinha contado para todo mundo da minha família”, relata.

Hoje com 24 anos, morando em Santo André, ela conta que procurou a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São Bernardo para registrar o caso. Por causa do tempo o crime já prescreveu, mas mesmo assim prestou depoimento que foi anexado ao inquérito policial dos abusos praticados pelo professor.

Vivendo tranquilamente sem que ninguém denunciasse, em dezembro passado o professor dava aulas em uma escola municipal de Bady Bassitt quando foi preso a pedido do delegado da cidade, Ericson Salles Abufares. Uma das vítimas é estudante da terceira série da escola Nice Beolchi Nunes Ferreira e estava sozinha na sala de computação quando foi assediada pelo professor.

Assustada, a criança contou sobre o caso para a mãe que é funcionária da instituição. A mulher então teria pedido ajuda à diretora que imediatamente levou o caso à polícia.

Com base no depoimento da criança, um inquérito por estupro de vulnerável foi instaurado e um pedido de prisão preventiva contra o professor foi expedido. Nesta segunda semana de fevereiro outra vítima, uma menina de 10 anos também procurou a polícia com a mãe para relatar o abuso sofrido pelo suspeito.

Estes não são os três únicos casos de abuso cometidos pelo professor. E.L.S. já foi alvo de investigação em 2012, quando duas outras estudantes relataram ter sido vítimas de abusos semelhantes. Na ocasião ele respondeu pelo crime de importunação ofensiva ao pudor.

O delegado suspeita que o professor tenha feito mais vítimas que, também por vergonha ou medo, ainda não denunciaram os casos. “Eu infelizmente não sei o que é pior, o traficante ou um estuprador. Agora com base nos depoimentos destas vítimas vamos relatar o inquérito e encaminhar à promotoria que oferece a denúncia. Ele pode ser condenado de 8 a 15 anos de cadeia, porém com agravo de pena por ser professor e ter poder sobre as alunas”, diz o delegado.

“É a pior sensação do mundo em carregar essa sequela dentro da gente à vida inteira”, desabafa Bárbara.

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