A produção das indústrias brasileiras cresceu, em abril, num ritmo mais forte do que os economistas previam.
Foi a segunda alta seguida, e ocorreu em setores importantes, como o de veículos e o de máquinas e equipamentos.
A surpresa desta vez foi boa.
A indústria cresceu 1,8% em abril em relação a março, bem acima do que os economistas esperavam, uma alta de, no máximo, 1%.
O setor tem sido um termômetro da economia neste ano. Cresceu em janeiro, caiu em fevereiro, deu sinais de recuperação em março e conseguiu permanecer bem no mês passado.
O resultado positivo em abril da indústria foi puxado principalmente pelos bens de capital. São os equipamentos, as máquinas que os empresários compram para aumentar a produção. Uma empresa que produz motores para caminhões, tratores, retro-escavadeiras já tem encomendas até o fim do ano.
Para se adaptar à demanda, a fábrica mudou horários de trabalho e concentrou esforços na linha de montagem.
“Sim, o momento é bastante positivo. Se compararmos os primeiros quatro meses deste ano frente ao mesmo período do ano passado, nós tivemos um crescimento de 36% e que se confirma justamente pelo crescimento de todos os setores onde atuamos. Já temos uma tendência bastante positiva para o ano de 2013”, explica o diretor da empresa, Thomas Puschel.
Só em abril, a produção de veículos subiu mais de 8%. No caso dos carros de passeio, o estímulo veio da decisão do governo de não elevar a alíquota do IPI até dezembro. Já no de caminhões, o que ajudou foi o aumento nas linhas de financiamento.
Enquanto essa parte da indústria teve resultados melhores nos primeiros quatro meses do ano, o setor de bens intermediários, usados na produção, como aço, cresceu apenas 0,4% no mesmo período.
E o setor de bens de consumo, no qual estão, por exemplo, os alimentos, ainda está no vermelho.
Dos 27 segmentos pesquisados, a maioria teve bom desempenho em abril. Para um economista isso é, sim, algo para se comemorar. Mas é preciso cautela.
“Não foi uma surpresa positiva concentrada em um ou outro setor. Você tem um numero relevante de setores que está crescendo, isso é bom. Na verdade, a expectativa é para continuidade desse movimento. Ainda é cedo para ter certeza de que esse movimento vai continuar”, conta o economista Celso Toledo.