sexta, 15 de novembro de 2024
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Procuradoria investiga promotor por suposta relação com fraude

O promotor Dênis Henrique Silva está sendo investigado pela Procuradoria Geral de Justiça por suposto envolvimento em fraude na FEF-Fundação Educacional de Fernandópolis. Além de Silva, uma cartorária também é…

O promotor Dênis Henrique Silva está sendo investigado pela Procuradoria Geral de Justiça por suposto envolvimento em fraude na FEF-Fundação Educacional de Fernandópolis.

Além de Silva, uma cartorária também é suspeita de um saque fraudulento de quase meio milhão de reais em uma conta bancária da instituição.

Segundo informações do jornal Diário da Região, o caso ocorreu em 30 de janeiro de 2013, quando o juízo da 2ª Vara Cível de Fernandópolis teria determinado o bloqueio de R$ 444,9 mil em conta corrente da FEF para garantir o pagamento de indenização a um ex-funcionário. No mesmo dia, a cartorária do 2º Ofício Cível Nágila Cristina Boer, irmã do então vice-presidente da FEF, Nagib Pezati Boer, soube da determinação e teria comunicado o fato ao promotor, que na época era curador de fundações na comarca de Fernandópolis – há dois meses ele foi transferido para Sumaré, na região de Campinas.

O saque dos R$ 444,9 mil foi feito naquele mesmo dia 30 por Paulo Sérgio e Nagib. Para a Procuradoria, houve “indicativo de ciência prévia dos diretores da Fundação Educacional de Fernandópolis, já que o advogado da Fundação Educacional peticionou naquele mesmo dia 30 de janeiro de 2013 solicitando reconsideração da ordem de bloqueio online”.

A principal testemunha no procedimento é o também promotor Eduardo Caetano Querobim, de Fernandópolis. Segundo ele, o vazamento da informação do bloqueio judicial lhe foi informado pelo próprio Dênis. Segundo Querobim, Dênis disse a ele que a cartorária “teria dado informação pra ele de que estava com a determinação judicial do bloqueio. Daí eles terem movimentado com agilidade para conseguir desviar esse dinheiro e impedir a efetivação do bloqueio”. A mulher de Dênis, Carolina Penteado Guerra Silva, é coordenadora do curso de nutrição da FEF.

Enquanto Nágila é investigada em procedimento administrativo na 2ª Vara Cível, Dênis é alvo de procedimento semelhante na Procuradoria Geral de Justiça. Ambos chegaram a ser investigados em inquérito no Juizado Especial Criminal de Fernandópolis por crime contra a administração da Justiça, mas os autos foram arquivados pelo Tribunal de Justiça a pedido da Procuradoria, com o argumento de que eles já eram investigados administrativamente e que Dênis, por ser promotor, só poderia ser investigado pelo TJ.

Dênis disse ao Diário que não poderia se pronunciar sobre o procedimento administrativo da Procuradoria porque a investigação tramita em sigilo. Ele também negou que o fato de sua mulher trabalhar na FEF tenha influenciado em sua conduta como curador de fundações em Fernandópolis. “Tenho quatro ou cinco ações civis públicas contra atos de gestão da FEF e um inquérito civil desde 2010 para apurar as contas da fundação. Nunca fui negligente”, disse.

Para ele, a investigação foi motivada por “perseguição pessoal de alguém”. Ele não quis citar nomes. Nágila disse ontem que o procedimento administrativo ao qual ela responde também está em segredo de Justiça e que não pode comentar o caso. “Prefiro não me manifestar sobre o assunto.”

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