Durante uma hora, 22 detentos causaram rebelião na Cadeia Pública de Catanduva, na tarde de ontem.
Segundo informações do Diretor da Cadeia Pública, Pedro Antônio Artuzzo, no momento da rebelião, havia 20 presos pertencentes à Cadeia e dois oriundos do CDP para uma audiência no Fórum de Catanduva.
“Hoje pela manhã, recebemos dois presos do CDP de Rio Preto para passar por audiência no Fórum de Catanduva, logo em seguida iniciou-se a confusão”, disse o delegado.
Os presos solicitaram a presença da imprensa e alegaram que houve desentendimento entre o preso que faz faxina, condenado ao regime semi-aberto e que aguarda transferência para o Instituto Pena Agrícola (IPA), e um dos presos proveniente do CDP. “O ‘cara’ chegou e ofendeu todo mundo, disse que é oposição e afirmou que é de outra facção, em seguida desferiu um tapa na cara do faxina. Aqui ninguém apanha de vagabundo”, esclareceu um suposto líder dos presos.
O preso conhecido por “faxina” informou à reportagem do Notícia da Manhã que o prisioneiro do CDP estava na mesma cela que outro preso de Catanduva e que fora solicitada à carceragem sua mudança para outra cela. “Os policiais mudaram o preso do CDP para outra cela, foi nesse momento que me aproximei para falar com ele através das grades e recebi um tapa na cara. Todos os presos daqui se revoltaram”, explicou o faxina.
Os presos da Cadeia reuniram-se e na posse de um ferro retirado de um carrinho que carrega marmitas, estouraram 10 cadeados e libertaram todos os presos e colocaram fogo em alguns colchões.
“Antes dos presos serem liberados das celas, um deles simulou estar doente, momento em que a carcereira, ao retirá-lo da cela, foi empurrada e todos foram para o pátio, permanecendo com dois presos reféns. Um deles tem passagem por crime de estupro e outro veio do CDP e agrediu o faxina”, explicou Artuzzo.
Com a presença da equipe da Força Tática da Polícia Militar, os presos se renderam e, após conversa com o diretor da Cadeia Pública, soltaram os reféns e passaram por revista minuciosa, para, depois, retornarem às celas.
O preso do CDP sofreu corte na cabeça e foi encaminhado ao pronto-socorro para ser medicado. “Além dos dois presos do CDP retornarem para Rio Preto, estaremos providenciando a transferência de alguns para outras cidades”, afirmou o diretor.
A última rebelião registrada em Catanduva foi há aproximadamente 20 anos, quando mais de 100 presos se rebelaram.
Corpo de Bombeiros
Segundo o comandante do 2º Subgrupamento de Bombeiros de Catanduva, Humberto Shigueo Shirotori, o incêndio na Cadeia Pública foi de pequenas proporções.
“Logo que chegamos, aguardamos os presos ser dominados e em seguida adentramos no local e controlamos rapidamente o fogo nos colchões. Havia fumaça no local, porém nosso trabalho foi rápido. De momento não constatamos maiores danos no prédio, apenas marcas da queimadura de fogo nas paredes”, afirmou Shirotori. (Marcelo Ono)