A juíza da Infância e Juventude de Catanduva Sueli Juarez Alonso decretou na noite desta quinta-feira a prisão de quatro suspeitos de envolvimento na suposta rede de pedofilia que agia na cidade. Os quatro foram reconhecidos por 14 crianças vítimas de abusos. Dois acusados são menores de idade e um deles já havia sido apreendido sob a mesma acusação, mas ficou detido menos de um mês. Outro preso é William Mello, de 19 anos, sobrinho do borracheiro de bicicletas José Barra Nova de Mello, que está preso há dois meses e é o principal acusado dos crimes. O outro homem identificado pelas crianças é Eduardo Augusto Arquino. Ele foi reconhecido como a pessoa que levava as crianças para a casa de um jovem médico, num bairro nobre da cidade, onde os abusos ocorriam. O médico, no entanto, não foi identificado entre os suspeitos.
Os pais das vítimas se queixaram que o médico teria aparecido para o reconhecimento com os cabelos cortados e um visual diferente, assim como outro acusado. Arquino, os dois menores e William tiveram prisão temporária decretada por Sueli Alonso. A prisão tem prazo de 30 dias e vale enquanto durarem as investigações.
Para fazer o reconhecimento dos sete suspeitos, a polícia de Catanduva cogitou usar como figurantes na sala de reconhecimento os repórteres que estão cobrindo o caso e conversando com as crianças cotidianamente. A ideia foi descartada até pelos advogados de defesa dos suspeitos, que apontaram que as crianças poderiam se confundir.
O reconhecimento dos suspeitos pelos menores demorou seis horas. Terminada essa etapa, a delegada que investiga o caso ouviu os sete suspeitos. Todos eles haviam chegado pela manhã na delegacia, em carros com vidros escuros e entraram direto no prédio. Os menores comparecem acompanhados dos pais. Pelo menos 23 crianças, segundo a investigação, sofreram abuso sexual ou teriam sido foram molestadas.