Em uma reviravolta rara no sistema judicial dos Estados Unidos, Walter Johnson, de 61 anos, foi libertado após passar 27 anos encarcerado, condenado a cinco penas de prisão perpétua. A decisão foi tomada pelo juiz Frederic Block, o mesmo que havia imposto a sentença em 1997.
Na época, Johnson foi condenado por crimes que incluíam roubo, posse de cocaína e manipulação de testemunhas. “Ele era o exemplo clássico de uma pessoa que precisava ser incapacitada para a proteção da sociedade”, afirmou Block durante o julgamento inicial.
Porém, agora em 2024, o juiz Block reconsiderou sua decisão, admitindo que a pena foi “excessivamente severa” e resultado de leis mal elaboradas e de sua inexperiência. “Assim como os prisioneiros evoluem durante seu encarceramento, os juízes também mudam com o tempo”, escreveu o magistrado ao liberar Johnson.
Aos 90 anos, Block ainda atua no tribunal e tem defendido a revisão de sentenças punitivas, argumentando que muitas vezes elas não refletem mais o contexto atual ou o arrependimento dos presos. “O juiz Block me deu um presente que eu nunca pensei que viria”, disse Johnson, emocionado, logo após sua libertação.