A diplomacia russa quer a presença do presidente Michel Temer em Moscou. O Estado apurou com a chancelaria russa que o Kremlin quer usar politicamente a Copa do Mundo para mostrar que não está isolado.
A presença de líderes estrangeiros, portanto, é considerado como uma prioridade na estratégia diplomática e, diante de um boicote de líderes ocidentais, a esperança do governo de Vladimir Putin é de que o presidente brasileiro faça um deslocamento até Moscou.
Para a abertura da Copa, na próxima quinta-feira, o governo brasileiro deverá ser representado pelo ministro do Esporte, Leandro Cruz, que também visitará Sochi, a base da seleção brasileira. Em busca de prestígio internacional, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, convidou Temer e todos os demais 30 chefes de estado de seleções classificadas ao Mundial.
No final de maio, pelo telefone, Putin e Temer debateram uma visita do brasileiro durante a Copa. O Estado apurou com o Palácio do Planalto que Temer aceitou o convite. Mas uma data não foi marcada. Nos bastidores, os russos apostam numa presença do brasileiro em uma eventual final, dia 15 de julho.
Putin, na condição de anfitrião da Copa de 2018, viajou até a final em 2014 no Maracanã, sentando na mesma fileira que a chanceler alemã Angela Merkel, da presidente da Argentina, Cristina Kirschner, da presidente Dilma Rousseff e ao lado do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach.
Temer não será o único sul-americano a perder o início da Copa. Maurício Macri, presidente da Argentina, não deve fazer a viagem até Moscou num primeiro momento, diante da crise econômica que vive o país e sua negociação com o FMI.
Quem estará na segunda-feira na Rússia é a nova presidente do Paraguai, Alicia Pucheta. O objetivo é de que ela promova a ideia da Copa do Mundo de 2030 no Cone Sul. Paraguai, Uruguai e Argentina irão se candidatar para receber o evento, em seu centenário.
O governo russo ainda anunciou que o presidente do Parlamento da Coreia do Norte, Kim Yong-nam, confirmou sua presença na abertura da Copa. O vice-primeiro-ministro chinês, Sun Chunlan, o libanês Saad Hariri, e o vice-chanceler austríaco, Heinz-Christian Strache, também teriam confirmado presença.
Mas a lista daqueles que irão boicotar o evento é importante. O governo do Reino Unido deixou claro que considera que a Copa do Mundo na Rússia serve como o “mesmo exercício de relações públicas que Adolf Hitler usou em 1936 nos Jogos Olímpicos de Berlim.
O governo polonês de Andrzej Duda confirmou que ele não pensa em viajar para Rússia. Outro que pode evitar Moscou é o governo da Islândia, sensação da Eliminatória e pela primeira vez num Mundial. Durante a Eurocopa de 2016, ministros islandeses se misturaram aos torcedores nos estádios franceses. Agora, consideram um boicote, ao lado de outros governos, como o da Suécia e da Dinamarca.