Desde 2008, sete jogadores tentaram quebrar o domínio de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi no prêmio de melhor do mundo entregue pela Fifa. Fernando Torres, Xavi, Iniesta, Ribéry, Neuer, Neymar e Griezmann entraram na relação dos três finalistas, mas não venceram.
Nesta segunda (24), será a vez de Luka Modric, 33, e Mohamed Salah, 26. Eles concorrem com Cristiano Ronaldo, 33, na final do The Best, como a entidade que organiza o futebol rebatizou o troféu de melhor jogador da temporada a partir de 2016.
É a melhor chance para acabar com o duopólio Messi-Ronaldo. Cada um foi eleito cinco vezes desde 2008. O argentino não foi indicado nesta temporada. O português venceu a última Champions League com o Real Madrid (ESP), mas teve atuação apagada na final.
Na Copa do Mundo da Rússia, se destacou na fase de grupos, com quatro gols. Mas sua seleção foi eliminada diante do Uruguai nas oitavas de final do torneio.
Modric, também do Real Madrid, foi o coração da Croácia, que surpreendeu e chegou à final do Mundial. O meia foi eleito o melhor do torneio.
Salah fez 44 gols (mesma quantidade de Cristiano Ronaldo) em temporada que o Liverpool (ING) chegou à decisão da Champions.
“Se eu não ganhar, não muda nada. O que importa para mim é o coletivo. Ganhar o prêmio não é algo que me deixe obcecado”, disse Modric.
O croata pode ser considerado favorito. Isso, por si só, já é uma surpresa. Seria a primeira vez, desde 2006, que a Fifa entregaria o prêmio para um jogador que não é atacante ou meia-atacante. Naquele ano, apoiado pelo título mundial da Itália, o zagueiro Fabio Cannavaro venceu.
Existe um movimento pela renovação. Tanto que após a divulgação dos nomes dos três finalistas, jogadores históricos como o goleiro Peter Schmeichel e o atacante Nwankwo Kanu defenderam a vitória de Modric.
“As atuações que ele teve no Mundial foram fantásticas. As pessoas estão um pouco cansadas de todo ano ser Cristiano Ronaldo ou Messi, apesar de serem jogadores espetaculares”, afirma Schmeichel.
É a segunda vez nos últimos dez anos que o português ou o argentino ficam fora da final. Em 2010, os indicados foram Messi, Xavi e Iniesta.
Para ironizar a ausência de Griezmann, o Atlético de Madri (ESP) publicou nas redes sociais foto do atacante com os troféus que conquistou neste ano: Supercopa da Europa, Liga Europa e Copa do Mundo.
“Talvez existam jogadores com mais marketing, com mais nome, mas Modric merece esse prêmio”, opinou o zagueiro Sergio Ramos, também do Real Madrid, no que pode ser visto como uma estocada em Cristiano Ronaldo, que foi para a Juventus em uma contratação de 100 milhões de euros (R$ 487 milhões).
Não que o português seja carta fora do baralho. Vencedor nos últimos três anos, Ronaldo foi o principal responsável pelo Real Madrid ter se tornado uma dinastia no futebol europeu nos últimos anos. Das últimas cinco Champions League, venceu quatro.
Seus defensores podem alegar (com razão) que sem ele, é bem possível que Portugal sequer tivesse chegado às oitavas de final do Mundial.
Em campo, Ronaldo mantém estatística superior a 40 gols por temporada desde 2010. A ausência de Messi pode tê-lo tornado o voto padrão de técnicos e capitães de seleções e jornalistas que formam o colégio eleitoral do prêmio.
Se a tendência for manter a escolha em homens de ataques com muitos gols na temporada, a chance de Salah passa a ser real. Ele é quem tem mais jogos por seu clube (Liverpool) entre os finalistas e foi o craque da equipe que teve o contra-ataque mais mortal do futebol europeu.
“Ele está no mesmo nível de Ronaldo e Modric”, opinou Javier Aguirre, técnico do Egito, seleção que pode ter sido o calcanhar de Aquiles do atacante na votação.
O Egito perdeu as três partidas da Copa do Mundo. Salah fez apenas um gol. Com informações da Folhapress.