Votuporanga recebe nesta quinta-feira (08/03) um grande sucesso teatral para comemorar o Dia Internacional da Mulher e iniciar as festividades dos 70 anos do município. A Prefeitura trás para a cidade o espetáculo “Friziléia – Uma esposa à beira de um ataque de nervos” – com a atriz Elizabeth Savalla, às 20 horas, na Concha Acústica, aberto a toda a população.
Toda a infraestrutura de apoio ao teatro está sendo montada sob coordenação da Secretaria da Educação e Cultura e conta com telão de 5 metros de altura por 7 de largura num palco de 15m por 15m. A estrutura sonora será de 30 mil watts de potência e a iluminação artificial de 12 mil watts. Elizabeth vai atuar com microfone de la pela. O espaço tem arquibancada com capacidade para 3,5 mil pessoas e receberá ainda cadeiras para mais 300. Deficientes físicos têm área reservada.
O grande diferencial da peça é que a atriz contracena com um elenco virtual formado por Marcelo Escorel, Maria Esmeralda e ela própria. Muito elogiado pela Folha de S. Paulo e pelo Estadão, a comédia teatral está em cartaz há quatro anos, já tendo cumprido duas turnês por 30 cidades de todos os estados do Brasil, além de uma temporada de 10 meses no Teatro Bibi Ferreira em São Paulo.
A peça
Apesar de não se tratar de nenhum tipo de sandália, toda mulher tem um pezinho no mundo de Friziléia! Resumindo, o pano-de-chão não poderia ter caído em melhores mãos. Explorada por todos – marido, filhos,pais, sogros, irmãos, cunhados, parentes e aderentes – Friziléia é um bem-humorado retrato da dona-de-casa moderna. Com aproximadamente uma hora e meia de duração, é divertidíssimo ver Savalla encenar uma mulher na fase calorenta de pré-menopausa. A quarentona passa por maus bocados com o marido e a sogra.
Friziléia é uma comédia, que retrata a saga tragicômica de uma esposa que num estado de situação limite, resolve se punir de uma maneira excêntrica, para chamar atenção para sua condição de vítima. “Ela está numa situação limite, e esse é o dia D, ou melhor, o dia F, dia de Friziléia. Nenhuma mulher na face da Terra não se identifica com a ela”, explica a atriz.
Para a maior parte da platéia, é difícil não se identificar e rir com as queixas de uma mulher sobre o marido que só quer saber de futebol, o louco desejo dela de voltar a ter uns quilinhos a menos, o dever de casa das crianças e outros “problemões” do dia-a.dia. Sozinha no palco, Elizabeth Savalla dá um show contracenando com projeções pré-gravadas, sempre em situações corriqueiras e muito cômicas escritas por Camilo Áttila, há dezoito anos casado com a atriz.
Sobre Elizabeth Savalla
Paulistana nascida no bairro do Butantã, Elizabeth Savalla iniciou sua carreira profissional em 1974, num especial da TV Cultura, Chá das quatro, de Cassiano Gabus Mendes, quando foi agraciada com o prêmio APCA de Revelação de Atriz. No mesmo ano foi convidada pelo diretor Walter Avancini para estrelar a Malvina da novela Gabriela. De lá para cá foram muitas novelas entre elas, O Grito, Estúpido Cupido, O Astro, Pai Herói, Plumas e Paetês, O Homem Proibido, Pão, Pão – Beijo, Beijo, Partido Alto, De Quina Pra Lua, Hipertensão, Meu Marido, Sex Appeal, Quatro por Quatro, Quem é você, A Padroeira, Chocolate com Pimenta e Alma Gêmea. No teatro destaque para os espetáculos Lua Nua (1988/90), Ações Ordinárias (1991/2), Mimi, Uma Adorável Doidivanas (1993/95) e É! (1996/2003). No cinema a atriz fez o filme Pra Frente Brasil (1983), de Roberto Farias.
Trecho de crítica de Beth Néspoli, transcrita do jornal O Estado de São Paulo de 14 de julho de 2005
“Friziléia é melhor do que anuncia a propaganda. O mote da peça é a revisão pessoal que a personagem faz, em tom cômico, dos sonhos da juventude e das escolhas que a levaram ao aparente beco sem saída em que se encontra – um casamento sem vitalidade, mantido por inércia e nenhuma realização pessoal. O espetáculo resulta em entretenimento de qualidade, sem ambições, mas também sem apelo à vulgaridade. Mas a principal qualidade de Friziléia está mesmo na atuação de Savalla que mostra ter aprendido a dominar os recursos da comédia, como a pausa no momento certo ou o gesto que surpreende por contradizer a fala”.
Trecho de crítica publicado na Folha de S. Paulo
“A desenvoltura no palco, o olho-no-olho com a platéia, o timing de comédia e a graça em descrever um relacionamento desgastado e opressor só reforçam o talento e carisma de uma atriz que, absolutamente, vale os aplausos que recebe… A peça não fala só de frustrações. Com bom humor também incita a pensar em como nos acostumamos ao inaceitável. E como é difícil romper essa barreira uma vez que nos deixamos dominar pelo que é mais importante ao outro e esquecemos que só o bem estar alheio não nos faz melhores nem mais felizes”.
Ficha Técnica
Com Elizabeth Savalla
Texto: Camilo Áttila
Elenco virtual: Marcelo Escorel e Maria Esmeralda
Direção: Luiz Arthur Nunes
Cenário: Rosa Magalhães
Figurino: Biza Vianna
Sonoplastia: Andréa Zeni
Iluminação: Rogério Wiltgen
Ass. dir.: Janser Barreto
Design Gráfico: Marcus Quito
Fotografia: Guga Melgar
Produção: Elizabeth Savalla & Camilo Áttila