A prefeitura da cidade de Contagem, em Minas Gerais, levou alunos de escolas públicas para visitas a acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Oeste teve acesso a um documento elaborado pela Fundação de Ensino de Contagem, uma das instituições que participaram dos passeios. No texto, endereçado aos pais dos alunos, a fundação informa que os jovens visitariam o “Assentamento Pastorinhas”, em Brumadinho.
Ainda de acordo com a instituição, os alunos ouviriam uma palestra da coordenadora do assentamento e caminhariam por por toda a extensão do território invadido pelos sem-terra.
A fundação alega que o objetivo das visitas é fazer os alunos conhecerem o MST; a política brasileira de reforma agrária; os impactos da mineração; a agricultura orgânica; e outros assuntos.
Oeste entrou em contato com a instituição de ensino, mas não teve respostas.
“O governo financia indiretamente as invasões de terra”
Em entrevista a Oeste, o ex-ministro Ricardo Salles criticou as ações do MST e o apoio que o grupo recebe de governos de esquerda.
“A sociedade brasileira como um todo tem reprovado as invasões de propriedade”, salientou o ex-ministro.
“Tanto que o governo precisou emitir sinais de que estava descontente com as invasões.”
De acordo com Salles, a postura do governo petista diante das práticas do MST é dissimulada. “Na prática, o governo estimula as invasões”, afirmou. “Ele as incentiva ao dar dinheiro a essas entidades, através de programas de educação no campo, de saúde no campo, de moradia.”
O ex-ministro explica que as invasões ocorrem desta maneira: os movimentos criam associações cujo objeto não é o da invasão em si, mas o de implantar escolas rurais, por exemplo. O MST e suas subdivisões faziam isso antes do governo de Jair Bolsonaro (PL), conforme Salles.
“As invasões não diminuíram no Brasil só porque o Bolsonaro era contra elas, mas porque houve uma série de medidas efetivas, inclusive financeiras, de esvaziamento da capacidade de ação desses grupos”, disse o ex-ministro. “Medidas que foram revertidas agora pelo governo Lula.”