Dando continuidade ao calendário de inaugurações em comemoração aos 74 anos da cidade, a Prefeitura de Votuporanga inaugura nesta sexta-feira (05/8), às 18 horas, a praça Orlando Mastrocola, entre as ruas Guaporé, Venezuela, Panamá e Amapá, no bairro San Remo.
A praça foi construída em uma área onde antes não havia nenhuma benfeitoria e beneficiará moradores do bairro e também da Cecap II e Jardim Orlando Mastrocola. A obra contou com belo projeto de paisagismo, arborização, piso, instalação de bancos, lixeiras e um playground para as crianças.
A nova área de lazer contou com investimento de quase R$ 260 mil em parceria com o Governo Federal e faz parte do programa de ações da atual administração para levar áreas de lazer para todos os bairros da cidade.
Orlando Mastrocola
Orlando Mastrocola nasceu em 11 de junho de 1912, na pequena cidade de Tabapuã, filho de Nicola Mastrocola, um dos mais respeitados cafeicultores da região de Catanduva, e de Ângela Mastrocola. Herdou do pai o gosto pela agricultura e, viveu sua infância e mocidade, ainda em Catanduva, a Cidade Feitiço. Empreendedor e visionário, na década de 40, encantado com as possibilidades que se abriam no Noroeste Paulista, resolveu aventurar-se em novas fronteiras.
Seguiu primeiro para Santa Fé do Sul, para atuar no mercado do algodão. Depois, veio para Votuporanga aonde retomaria sua grande paixão pela cafeicultura. Aqui adquiriu terras e iniciou o plantio do chamado “Ouro Verde”, chegando a plantar 500 mil pés na Fazenda Nova Aurora. Sempre atento às revoluções tecnológicas oferecidas pela modernidade, não tardou em transformar a Fazenda num modelo para a implantação do sistema em todo o Estado de São Paulo. Eram comuns as visitas de autoridades, estudiosos e agrônomos do Instituto Agronômico de Campinas, e da Escola Superior Luiz de Queiróz de Piracicaba, além de cafeicultores de todos os cantos do Brasil, principalmente do Sul de Minas.
Mas, não segava só no solo fértil, plantou também no terreno das idéias. Ferrenho defensor de uma política agrícola mais efetiva, elegeu-se para a Junta Administrativa do Instituto Brasileiro do Café (IBC), na época a mais importante autarquia do país naquela época. Sua atuação e dinamismo lhes garantiram três mandatos como representante do Estado de São Paulo. Os resultados de seu engajamento na causa foram reconhecidos pela classe produtora deste país e, em 1967, tornou-se o mais votado cafeicultor do Brasil ao ser indicado para o cargo de Diretor do IBC na área de cafeicultura. Indicação prontamente aceita pelo Presidente da República, Marechal Arthur da Costa e Silva, que o empossou por decreto e também o indicou como representante do Brasil na Organização Internacional do Café em Londres.
Enquanto Diretor do IBC foi o autor do mais ambicioso programa de expansão da cafeicultura, não só implementando o plantio do café, mas aparelhando as diversas regiões cafeeiras com linhas férreas e grandes armazéns que até hoje fazem parte do patrimônio das cidades contempladas. Devido a esta atuação, recebeu mais de uma dezena de títulos honorários das mais importantes cidades do Estado de São Paulo e de outros estados produtores. Nesta passagem pela autarquia, contava com um grande companheiro, um amigo de todas as horas, seu chefe de gabinete, o jornalista Nelson Camargo.
Cidadão de estirpe, deixou uma folha de serviços prestados à comunidade. Participou ativamente na fundação e consolidação de duas importantes entidades votuporanguenses, o Sindicato Rural e a Cooperativa Agrária de Votuporanga (COACAVO). Como não havia político em Votuporanga que não recorresse aos seus sábios conhecimentos, ensinamentos ou orientações, dificilmente se esquivaria da política, acabou candidato à vice-prefeito na chapa encabeçada pelo Capitão Leônidas Pereira de Almeida. Foi casado com Sra Nardes Beran Mastrocola e pai de Ophelia, Neusa, Célia, Orlando, Paulo César e Caio. Faleceu na cidade que adotou como sua, Votuporanga, em 04 de outubro de 1991.