Dando continuidade à série de reportagens com as promessas de campanha, registradas em cartório, do prefeito João Dado (PSD), o jornal A Cidade entra hoje no setor de Habitação. A área, que trata do sonho de milhares de votuporanguenses, ganhou pouco destaque no Plano de Governo do então candidato. Foram apenas três promessas e nenhuma delas foi cumprida.
Para recordar, o documento, de seis páginas, é dividido em 15 setores (Saúde, Educação, Trânsito, Transporte e Segurança, Assistência Social, Direitos Humanos, Proteção da Vida Animal, Infraestrutura, Saneamento e Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Geração de Empregos, Habitação, Lazer, Cultura e Turismo, Esportes, Funcionalismo Público e Administração e por fim, Cidade) e trazia o compromisso de ser integralmente cumprida pelo então candidato.
A série foi iniciada pelo setor de Infraestrutura e revelou que das 11 promessas que ele fez, apenas uma foi cumprida integralmente e outras duas de forma parcial. Seguindo com a análise, o item de hoje é Habitação, para o qual João Dado fez basicamente três promessas:
“Viabilizar a construção de mais 2 mil casas em parceria com a CDHU e o Programa Minha Casa Minha Vida, sendo 50 unidades em Simonsen, e mais 500 lotes a preços populares; e concluir o programa de desfavelamento, com erradicação completa da favela Matarazzo”, diz o material de campanha.
2 mil casas
Faltando pouco mais de oito meses para o fim do mandato, Dado entregou, até hoje, 34 das 2 mil casas que prometeu. Foram 22 no São Lucas e 12 em Simonsen. Nesse mesmo período (2017 a 2020) Nhandeara, cidade de 10 mil habitantes, construiu e entregou 210 unidades habitacionais.
As 22 do São Lucas, porém, na verdade foram apenas entregues pelo atual prefeito. As obras, foram planejadas, conquistadas e iniciadas na gestão anterior, de Junior Marão (PSDB). Como houve atraso na conclusão dos trabalhos, no entanto, coube a Dado a entrega, logo no primeiro ano de seu mandato.
Já as de Simonsen são uma reivindicação antiga. O atual prefeito prometeu construir 50, mas só entregou 12 e não há projetos em andamento para as demais.
500 lotes
Desde que se findaram as eleições também não se ouviu mais falar dos tais lotes a preços populares. O projeto previa a venda de terrenos com preços entre R$ 30 mil e R$ 35 mil, também por meio da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) e Secretaria de Estado de Habitação.
O valor das parcelas dependeria da renda de cada família, variando entre R$ 49 e R$ 250. A proposta, contudo, ficou só na promessa.
De acordo com a CDHU, a construção de novas casas depende exclusivamente dos prefeitos. Em Votuporanga nenhuma área foi apresentada e nem projetos para a companhia com essa finalidade. Ainda de acordo com a autarquia, 1.668 unidades habitacionais foram construídas ao longo da história de Votuporanga.
A Prefeitura foi procurada, mas novamente não se manifestou.