Vamos aproveitar a ironia da existência de uma cidade chamada Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, para falar sobre mais um caso nojento de assédio sexual.
E protagonizado pelo prefeito, que deve levar o nome da cidade como uma espécie de imunidade para convidar funcionárias públicas para seu apartamento oferecendo promoções.
A Polícia Civil investiga pelo menos duas denúncias de assédio sexual contra o prefeito Armando Carlos Roos. A primeira investigação foi iniciada na semana passada, depois do aval do Tribunal de Justiça. Logo, uma segunda denúncia surgiu contra ele. Ambas sofreram ameaças e encontram-se sob proteção no âmbito da Lei Maria da Penha.
O delegado do caso, Gerri Adriani Mendes, contou à rádio Gaúcha que o prefeito ameaçava as vítimas com rebaixamento de cargo ou simples exoneração se elas não aceitassem seus “convites” de cunho sexual. Uma das vítimas filmou uma investida do prefeito em 2017.
“[Posso] deixar a empregada sem vir uma tarde no apartamento, mas teria que ser na semana que vem, porque que na outra tu [a funcionária] já começa”, diz o prefeito. Após recusa da vítima, que alegou ter faxinas para fazer, ele retruca: “Eu não quero namorar de graça.”
Em nota, o prefeito disse que está “surpreendido” e que “está tomando as providencias cabíveis quanto à responsabilização das pessoas e entidades envolvidas com a publicidade indevida dos documentos e vídeo de caráter pessoal”.