O clima atípico, a alta da cotação internacional do açúcar e as chuvas fora de época nos últimos quatro meses são apontados como os principais responsáveis pelo aumento no preço do álcool combustível. De acordo com o último levantamento promovido pelo Ticket Car, em outubro, os motoristas se surpreenderam com a alta de 15% no valor cobrado pelo litro do etanol.
Em algumas cidades, o álcool está cotado a R$ 1,54.
A gasolina apresentou um aumento mais modesto, de 1,72%, e encerrou o mês de outubro a R$ 2,45 o litro. Com o preço do álcool disparado, os consumidores ficam na dúvida sobre qual combustível devem usar em seus veículos flex.
O assessor regional do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), Rui José Peres, indicou que, entre as principais possíveis causas do aumento no preço do álcool estão: o clima atípico, que dificultou o funcionamento da indústria; a queda no teor de sacarose da cana, devido à grande quantidade de água da chuva absorvida pela planta; e o mercado de açúcar, que ultimamente, está mais rentável que o do etanol.
“Há cerca de 40 dias, o álcool (sem tributos) era vendido a R$ 0,70. Hoje, o valor do litro do combustível beira R$ 1. Assim, os distribuidores vendem o produto a R$ 1,35, dependendo da bandeira. A queda na moagem e a lei da oferta e da procura contribuem para esse acréscimo”.
Segundo ele, a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo detectou queda na arrecadação de ICMS do álcool. “A diminuição não tem procedência, já que o consumo não caiu. Por isso, o órgão incrementou as ações de fiscalização para investigar sonegação e combustíveis adulterados.”